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Homem é preso suspeito de forjar o próprio sequestro

Fernando Klein

| Edição de 04 de julho de 2025 | Atualizado em 04 de julho de 2025

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Um homem de 31 anos foi preso nesta sexta-feira (4) em Cambira suspeito de forjar o próprio sequestro para extorquir o pai. A família é de Apucarana e o golpe foi descoberto pela Polícia Civil. Ele e mais dois comparsas foram presos, suspeitos de envolvimento no crime. De acordo com o delegado André Garcia, da 17ª Subdivisão Policial (SDP), um falso sequestrador entrou em contato com o pai, dizendo que cortaria os dedos das mãos do filho dele e os enviaria à família. A falsa vítima ainda enviou uma foto na qual aparece amarrada, exigindo R$ 180 mil para ser “libertado”.

As informações foram repassadas pela Polícia Civil durante coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (4). “Tudo começou na segunda-feira, quando esse senhor recebeu mensagens de um telefone de São Paulo. Evidentemente, ficou muito abalado e, naquele momento, não procurou a polícia. Ele começou a reunir familiares no sentido de angariar esse valor e pagar o resgate. No entanto, na quinta-feira, ele resolveu procurar a polícia”, informou. Com medo, a família registrou o caso inicialmente na Delegacia de Arapongas, que encaminhou o caso para Apucarana.

Segundo o delegado, o pai do homem supostamente sequestrado estava desesperado e chegou a fazer uma contraproposta de R$ 40 mil, mas a polícia conseguiu descobrir o cativeiro e prender os envolvidos em menos de 24 horas.

“Esses falsários diziam que iriam atrás de toda a família, matariam os familiares e, por isso, o pai foi para a região de Curitiba. Mesmo assim, tentou levantar essa quantia para pagar o resgate. No entanto, a nossa ação foi muito rápida e, em menos de 24 horas, nós descobrimos o cativeiro e quem eram as pessoas que estavam mandando mensagens. Todas se encontram aqui (na delegacia)”, acrescentou o delegado.

Durante as diligências, a polícia encontrou o local do suposto cativeiro, no Distrito de Sete de Maio, em Cambira, e, ao chegar no local, percebeu que o “sequestro” era uma farsa e que o filho do idoso estava por trás do golpe.

“Descobrimos o ponto exato do ‘cativeiro’ e identificamos quem era a pessoa que estava enviando mensagens e fomos até o local”, detalha.

Além do filho, a Polícia Civil prendeu um homem de 61 anos - que era o dono da casa do suposto cativeiro - e uma mulher, que não teve a idade divulgada, e que também teria participação no golpe.

Os envolvidos foram encaminhados à delegacia e devem ser interrogados pela polícia. “Informalmente, quando nós o encontramos no cativeiro, ele disse aos nossos policiais que não tinha sido sequestrado, que estava na casa de um amigo. Chegando aqui na delegacia, quando percebeu a gravidade da situação, mudou a versão, mas, evidentemente, ele é um dos mentores desse crime”, acrescentou o delegado.

De acordo com André Garcia, o filho que foi mentor do crime é usuário de drogas. O delegado afirmou ainda que os envolvidos devem responder por crime de extorsão e as investigações prosseguem para identificar outras pessoas envolvidas.