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Incidência de tempestades dobra no Paraná em 4 anos

Da Redação

| Edição de 18 de julho de 2024 | Atualizado em 18 de julho de 2024
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Desde 2019, o número de tempestades que atinge o Paraná cresceu de forma inédita,  saltando de 12 temporais naquele ano para 24 em 2023. Somente entre outubro e dezembro do ano passado, o Estado foi atingido por 15 tempestades de grandes proporções ao longo de 12 semanas. Com mais tempestades, a incidência de raios disparou. Em 2021, foram registrados 406.922 raios no Paraná e, em 2023, 1.064.405, um crescimento de 161%, segundo o Simepar. Para aprender os padrões das tempestades e indicar onde e como elas podem provocar desligamentos, Simepar e Copel estão desenvolvendo um sistema de inteligência artificial.

A ideia é prever impactos de temporais no fornecimento de energia elétrica para os mais de 11 milhões de clientes que a companhia atende no Paraná.

A aplicação se abastece com o histórico de informações das intempéries climáticas captadas pelas estações, satélites e radares meteorológicos do Simepar em todas as regiões paranaenses. No passo seguinte, faz o cruzamento dessas informações com os registros de desligamentos da rede da Copel dos últimos anos. A expectativa é de que o sistema esteja pronto até o início do próximo período de chuvas, que começa em outubro.

Os registros foram divididos em 19 categorias distintas de danos na rede elétrica causados por intempéries. O objetivo é calcular o número aproximado de consumidores que podem ser afetados por uma tempestade que se aproxima e, assim, agir preventivamente, na estratégia e no planejamento de atividades das equipes da Copel para o restabelecimento da energia com a maior rapidez possível.

“Essa é uma ferramenta muito promissora, porque ajuda a companhia a se preparar para restabelecer o fornecimento de energia com mais rapidez em caso de temporais”, avalia o presidente da Copel, Daniel Slaviero.

Ele destaca que a maior incidência de tempestades no Centro-Sul do Brasil é um dos efeitos das mudanças climáticas, o que amplia a relevância do sistema. “Na Copel, estamos empenhados em, por um lado, investir em projetos que minimizem o impacto ao meio ambiente e, por outro, nos prepararmos para, diante do impacto dos fenômenos já existentes, garantir o fornecimento de energia com qualidade à população”, afirma.

Para aprender os padrões das tempestades e indicar onde e como elas podem provocar desligamentos, o sistema de inteligência artificial processa informações sobre diferentes variáveis climáticas e estima potenciais impactos na rede elétrica. As informações são disponibilizadas em um portal na internet (com versão para celular), que é acessado pelos profissionais da Copel. 

O diretor de operação e manutenção da Copel, Júlio Omori, explica que com a IA o aplicativo faz hoje em minutos o trabalho que levaria dias até algum tempo atrás. Para obter essa capacidade de processamento, a Copel adquiriu um supercomputador, cedido ao Simepar.