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Mulher mata ex-marido a facadas em Apucarana após relatar agressões

Lis Kato

| Edição de 22 de janeiro de 2025 | Atualizado em 22 de janeiro de 2025

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Uma mulher de 24 anos matou a facadas o ex-marido de 22 anos na manhã de ontem em Apucarana. O crime ocorreu na Rua São José, no Núcleo Habitacional Dom Romeu Alberti. Segundo a Polícia Civil, o homem, identificado como Diogo Belai Ferreira, invadiu a residência da ex-companheira por volta das 6h30 e começou a agredi-la. Ela conseguiu pegar uma faca e depois o golpeou no peito e nas costas. A mulher foi liberada após prestar depoimento e irá responder pelo crime em liberdade.

A própria autora das facadas acionou a Polícia Militar (PM) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O delegado-adjunto da 17ª Subdivisão Policial, André Garcia, informou que a mulher morava sozinha. Eles estavam separados e tinham uma filha de 11 meses, que estava na casa da avó materna no momento do crime.

Ainda segundo o delegado, o rapaz morto tinha histórico de violência doméstica. A mulher, inclusive, tinha uma medida protetiva vigente contra o ex-companheiro.

Ela ficou ferida após as agressões praticadas pelo ex-marido durante a invasão da residência e precisou ser atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Na sequência, foi levada para a 17ª Subdivisão Policial. A autora do crime foi interrogada pela delegada da Mulher, Luana Lopes, que informou à Tribuna que a jovem vai responder pelo crime em liberdade. A jovem, que estava acompanhada na delegacia pela advogada Fabiana Gonçalves na delegacia, foi liberada ainda ontem à tarde. “Tendo em vista que ela se apresentou voluntariamente, o flagrante não pode ser lavrado. Fizemos o procedimento e instauramos o inquérito. Ela responderá em liberdade. Agora, vamos encaminhar o procedimento para a 17ª SDP, que dará continuidade às investigações”, informou a delegada à Tribuna.

A suspeita deve ser autuada por homicídio simples. A delegada afirma que será necessário aguardar os laudos da Polícia Científica e do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar os depoimentos da autora do crime e elucidar como ocorreram realmente os fatos.

Advogada afirma que suspeita agiu em “legítima defesa”

A advogada Fabiana Gonçalves, que defende a autora do crime, afirma que a mulher agiu em legítima de defesa. Segundo a defensora, a jovem foi ameaçada de morte e, por isso, reagiu.

“Ela (autora das facadas) está bastante abalada. Geralmente, nesses casos, a notícia é o inverso: quem estaria no IML agora seria a mulher. Esse caso foi uma exceção. Ela se defendeu e utilizou os meios que teve ali no momento. Ela agiu em estrita legítima defesa no momento da agressão, porque estava na iminência de ser morta”, diz Fabiana.

A advogada afirma que a mulher foi vítima de outros episódios de violência. “Inclusive, na última oportunidade, ela desmaiou de tanto que ele (rapaz assassinado) bateu nela e, então, comunicou o descumprimento da medida protetiva. Na época, a medida protetiva estava vigente, mas infelizmente é o nosso cenário. A cada seis horas uma mulher morre de feminicídio no Brasil e essa é uma exceção que, pela consequência do momento que ela teve a oportunidade de se defender, conseguiu se salvar”, diz.

Ana Quimelo e Lis Kato - [email protected]