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Municípios se preparam para chegada de onda de frio intenso

Adriana Savicki

| Edição de 23 de junho de 2025 | Atualizado em 23 de junho de 2025

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OParaná deve registrar nesta terça-feira o dia mais frio do ano. Com temperaturas previstas próximas a 0°C – em Apucarana a mínima pode chegar a 2°C e em Ivaiporã a 1°C – e possibilidade de geada, serviços de acolhimento e a agricultura estão em alerta em toda região.

Na área de assistência social, as prefeituras da região reativaram os abrigos emergenciais para acolher as pessoas em situação de rua. Em Arapongas, o Centro Pop reabriu na noite de ontem o serviço de pernoite. As pessoas em situação de rua terão acesso à alimentação (jantar e café da manhã), a itens e higiene pessoal, entrega de roupas e cobertores.

“O acolhimento da população de rua é fundamental, especialmente neste momento de temperaturas ainda mais baixas ”, ressalta o coordenado do Centro Pop, Alisson Molinari. Neste ano, 165 pessoas já foram acolhidas no abrigo, que funcionou em duas etapas, no final de maio e na primeira quinzena de junho.

Em Jandaia do Sul, o programa Noite Segura, também foi reativado na noite de ontem, com acolhimento ofertado na sede da AMPAC, com horário de entrada será das 17 as 20 horas, com oferta de pernoite, alimentação e agasalhos.

Em Apucarana, a Prefeitura oferta entre 25 a 30 vagas masculinas no Centro Pop. As mulheres, minoria da demanda, são abrigadas pela Casa Marta e Maria. Além do pernoite, as equipes da assistência social vão intensificar as operações nas ruas para identificar pessoas com necessidade de abrigo.

“A maioria da nossa população em situação de rua já sabe como funciona a estrutura de apoio, mas mesmo assim vamos às ruas porque pode ocorrer de recebermos pessoas de fora da cidade. Também fazemos a verificação das pessoas que preferem se manter fora dos abrigos, que recebem agasalhos extras”, comenta a secretária de Assistência Social de Apucarana, Fabíola Carrera.

FRIO INTENSO

Segundo o Simepar, nesta terça-feira a massa de ar polar ganha intensidade e abrangência em todo o Estado. Será o dia mais gelado de 2025, até o momento. No CentroSul do Estado, a previsão é -4°C, com possibilidade de geada forte.

Em Apucarana, a previsão é de mínima de 2°C e máxima de 10°C, com possibilidade de geada fraca. Em Ivaiporã, a mínima prevista é de 1°C com máxima de 11°C. Na quarta-feira, o frio continua, mas com leve elevação das temperaturas. Em Apucarana, os termômetros devem variar de 3°C a 15°C.

Agricultores temem prejuízos

A previsão de geada também deixa a agricultura em alerta. A principal preocupação é com as hortaliças cultivadas a céu aberto e com as pastagens, segundo o engenheiro agrônomo Sérgio Carlos Empinotti, do Núcleo Regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), de Ivaiporã.

“Os impactos podem afetar diretamente os pequenos produtores, principalmente os que abastecem o comércio local com verduras e legumes”, afirmou Empinotti.

O café, por enquanto, não gera grande preocupação. A maior parte da safra está madura. Apenas cerca de 5% dos grãos ainda estão verdes. Segundo o engenheiro, a única possibilidade é uma leve perda de qualidade. “Com a chuva dos últimos dias, alguns grãos podem cair antes da colheita ou apresentar diferença no sabor. Mas não há risco de perda grande”, avaliou Empinotti, acrescentando que a geada, entretanto, pode afetar as próxima safra.

Já em relação as safras de grãos, a maior suscetibilidade está nas culturas em questão em fase de enchimento de grãos. Segundo o técnico do Deral da Seab de Apucarana, Adriano Nunomura, nas culturas de trigo e aveia, cerca de 70% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, período mais resistente ao frio.

Em relação ao milho, entretanto, 70% das áreas estão na fase de frutificação (enchimento de grãos). Nesse caso, as lavouras mais novas, podem ser mais prejudicadas em eventual ocorrência de geada. Segundo ele, a situação é de alerta.

“Os produtores estão preocupados com a chegada dessa massa de ar polar e os prejuízos que podem ocasionar. Pois nos últimos anos não tivemos a ocorrência de temperaturas tão baixas como estão previstas para os próximos dias”, comenta.

Segundo Nunomura, nos últimos anos os produtores estavam sofrendo no inverno com os períodos de estiagem. “Esse ano provavelmente as perdas poderão ser devido as baixas temperaturas”, comenta.