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Paranaenses de ‘coração gaúcho’ dançam para divulgar tradição

Ana Quimelo

| Edição de 26 de julho de 2024 | Atualizado em 26 de julho de 2024
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dançam para divulgar tradição

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Paranaenses de corações gaúchos. É dessa maneira que se sentem 13 casais da região que formam o grupo “Querência Amada”, que vem ganhando notoriedade ao reviver a cultura gaúcha nos municípios do Vale do Ivaí. Os participantes, apesar de paranaenses, são apaixonados pela tradição riograndense.

Criado em agosto de 2019, o grupo tem um objetivo simples: espalhar as tradições gaúchas por onde passa. Os integrantes são coordenados por um casal de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, que adotou Apucarana e faz da cidade sua residência há anos. O funcionário público Adriano Bossi, de 55 anos, e sua esposa Maria Eunice Guidelli Bosi, de 56, tiveram a ideia de criar a equipe após fazerem aulas de dança no Clube 28 de Janeiro.

“Já gostávamos de bailes e da tradição gaúcha e, num curso de dança, conhecemos outros casais que também se identificavam com a dança gaúcha. Por intermédio desse curso, criou-se vários grupos de danças de tradição: Faxinal, Borrazópolis, Apucarana e outros, porém os demais não deram continuidade e se acabaram”, conta Adriano.

A “Querência Amada” completa cinco anos no próximo mês e, desde sua criação, casais entraram e saíram. Bosi frisa, no entanto, que mais da metade dos participantes do grupo ainda são da formação original. “Hoje temos três casais de Mandaguari, um de Jandaia do Sul e o restante todos de Apucarana. As ocupações são as mais diversas. Temos comerciante, costureira, empresário, construtor, autônomo, policial, operário, eletricista, engenheiro e advogada”, pontua.

O coordenador explicou que as apresentações acontecem sempre através de convites. O grupo foi convidado para dançar na cantata de natal em Apucarana e também no Espaço das Feiras. Em cidades da região, a “Querência Amada” levou a cultura gaúcha em escolas municipais de Califórnia e em um baile em Mauá da Serra. Eles também se apresentaram no Centro de Tradição Gaúcha (CTG) de Maringá.

Para que tudo aconteça, o grupo se reúne todas as terças-feiras no Salão Comunitário do Núcleo Habitacional Papa João Paulo. Os participantes de outros municípios vêm para Apucarana semanalmente e arcam com todos os custos para entregar um resultado impecável durante os shows. “Sem patrocínio, tudo investimento próprio”, frisa o coordenador ao relatar que até mesmo os figurinos tradicionais são uma responsabilidade do grupo.

E a “Querência Amada” aceita novos integrantes, mesmo que não saibam dançar. “Para fazer parte do grupo, agora estamos aceitando apenas casais casados. Mas não precisa ter conhecimento de dança, não. A gente ensina”, explica o coordenador. “Imprescindível que se identifique com a cultura e com a tradição gaúcha e curta um bom baile”, finaliza.

Para Adriano e Eunice, a tradição gaúcha é algo intrínseco à vida deles. “O Rio Grande do Sul com sua cultura rica sempre nos prendeu a atenção. Chimarrão, por exemplo, minha vó tomava, minha mãe e eu gosto muito e meu filho também toma. O churrasco então, quem é que não gosta?”, brincou o paranaense. “Acho que ser gaúcho, vai além de apenas ter nascido no Rio Grande do Sul. Ser gaúcho é um estado de espírito, um modo de viver... Sou curitibano, mas com coração gaúcho”, afirma Bosi.