O preço dos medicamentos devem ficar até 5,06% mais caros nas farmácias de Apucarana e de todo o país. A alta foi autorizada pelo Governo Federal após resolução publicada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) no Diário Oficial da União. Conforme a CMED, o aumento não é automático e depende de as empresas farmacêuticas enviarem o relatório de comercialização. Após essa fase, o reajuste, na prática, só é cobrado à medida que os estoques das farmácias forem repostos.
São três níveis de reajustes que variam conforme o grau de concorrência dos medicamentos. O mais alto, de 5,06% será aplicado no preço dos remédios que se enquadram no nível 1, considerados de ampla concorrência no mercado. Medicamentos de nível 2, que têm média concorrência, terão alta máxima de 3,83% e nível 3, baixa ou nenhuma concorrência, terão alta máxima de 2,60%. Os remédios do nível 1, no entanto, só representam 7,8% do total de medicamentos. O nível 2 corresponde a 15% e o nível 3 representa a maior parte, 77,2%.
Em Apucarana, os preços ainda não foram alterados nas farmácias ouvidas pelas reportagem.
“Ainda não veio nenhum tipo de aumento por parte das distribuidoras, acredito que isso deve ocorrer nos próximos dias”, comentou o relações públicas de uma rede de farmácias, Denner Christian Alves.
Alves acredita que os genéricos sofrerão o maior impacto, pois, segundo ele, são medicamentos de ampla concorrência no mercado. “Alguns laboratórios já informaram que haveria uma alta nessa faixa”, comentou.
Em outra farmácia ouvida pela reportagem, os preços começam a subir a partir de hoje. “Estamos avisando os clientes há dois meses que teria essa alta, que acontece todos os anos. Mesmo assim tem gente que é pego de surpresa”, disse a gerente Juliana Cardoso.
O economista Paulo Cruz, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespae), campus Apucarana, orienta os consumidores a pesquisarem preços nos estabelecimentos para encontrarem as melhores ofertas. “A pesquisa é sempre a melhor dica de economia para o consumidor, que deve obedecer sua restrição orçamentária. Também é preciso estar atento a qualquer abuso que possa perceber na prática dos preços a fim de que sejam justos para os dois lados”, ressalta.
O aumento nos preços de medicamento ocorre sempre em 31 de março de cada ano. A prática é regulamentada pela Lei 10.742/2003, que estabelece as diretrizes para a regulação de preços. Para calcular o reajuste dos medicamentos, a Cmed considera primeiramente a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de março do ano anterior a fevereiro do ano atual.