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Setor de alimentação reclama de novo ‘apagão’ de mão obra

Cindy Santos

| Edição de 03 de dezembro de 2024 | Atualizado em 03 de dezembro de 2024

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Com a chegada do fim do ano, aumentam as dificuldades do setor de alimentação para contratar profissionais em Apucarana. No melhor período para o setor, com verão, festas e confraternizações, empresários do ramo enfrentam um ‘apagão’ de mão de obra até para preencher vagas sem exigência de experiência.

É o que ocorre na pizzaria de empresário Celso Tamura que precisa contratar auxiliar de cozinha e garçom. Na cidade também há oportunidades para cozinheiro, padeiro, confeiteiro, chapeiro e atendente de lanchonete, entre outras divulgadas pela Agência do Trabalhador que oferta 531 oportunidades no total, em diversas áreas.

“Não precisa ter experiência nenhuma, só vontade de aprender e trabalhar. Mas não aparece nenhum interessado. A impressão que me dá é que as pessoas não querem trabalhar aos finais de semana à noite. Estou no ramo há 30 anos e nunca havia passado por esse tipo de problema”, comenta.

Segundo Tamura, a dificuldade em contratar profissionais já dura um ano, o que gera uma grande rotatividade de funcionários na empresa. “Todos os segmentos estão com problemas para contratar funcionários. Quando você fala sobre as condições, as pessoas não aceitam”, comenta.

A empresária Juliana Scapini, proprietária de uma lanchonete, relata as mesmas dificuldades, sobretudo para contratar pessoas que aceitem trabalhar aos finais de semana. A empresa tem vagas para atendente, chapeiro e cozinheira. Na opinião dela, a jornada de trabalho não é atrativa para alguns candidatos. “Acho que a maior dificuldade é trabalhar a noite e aos finais de semana”, afirma.

O empresário Norberto Ribeiro, dono de um bufê e restaurante, conseguiu criar uma escala de profissionais para atender os eventos programados para este fim de ano. Embora não precise contratar no momento, ele afirma que a dificuldade sempre existe. “No momento não preciso contratar, pois está tudo escalado, certinho. Mas a dificuldade sempre existe”, afirma.

Conforme Ribeiro, cada festa requer aproximadamente 40 profissionais para atender o público de convidados, como cozinheiras, garçons, auxiliares, entre outros. E como geralmente as festas são realizadas durante a semana, pode existir conflito de agendas. “Sempre há dificuldade para contratar, porque geralmente os profissionais que trabalham nesse ramo têm emprego fixo e fazem uma espécie de ‘bico’ nos eventos”, comenta.

SALDO NEGATIVO

Dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que o ramo alimentício foi o único segmento da área de serviços que fechou com saldo negativo no acumulado deste ano em Apucarana. De janeiro a outubro, foram 589 admissões e 596 demissões, resultando na perda de 7 postos de trabalho com carteira assinada.

No geral, o setor de prestação de serviços obteve o segundo maior saldo de empregos neste ano no município, com 342 postos de trabalho. O segmento perdeu apenas para a indústria que criou 705 vagas de emprego no período.