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Supertelescópio abre as ‘portas do universo’ para a comunidade

Vitor Flores

| Edição de 03 de novembro de 2023 | Atualizado em 03 de novembro de 2023
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O universo atiça a curiosidade de grande parte das pessoas, desde os fenômenos astronômicos, como um eclipse solar ou uma chuva de meteoros, até astros, como a lua, o sol e os planetas. Em Apucarana, no campus da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), a comunidade pode observar os detalhes do cosmos em um potente telescópio que está inserido em projetos liderados por professores da instituição. 

Com um investimento de R$ 18 mil do governo federal, o telescópio, modelo CPC 8, foi adquirido ainda em 2010. O equipamento é computadorizado com GPS da Celestron e, desde então, pode ser acessado pela população. 

Segundo professor de Física e Astronomia, Rogers Caparroz, o objetivo da universidade ao adquirir o “supertelescópio” foi ampliar a divulgação científica e, consequentemente, estimular o interesse da comunidade pelo assunto. Com a chegada do equipamento, projetos começaram a se desenvolver.

“Atualmente, nós temos três projetos. Um que é o ‘Astronomia Para Todos’, que é aberto para a comunidade externa e interna. Ele vai voltar ano que vem e geralmente acontece às quartas. Nós temos também um projeto de ensino de astronomia para escoteiros, que é uma parceria que fazemos com o grupo Dom Bosco, e temos um outro que é junto com outros professores do campus, em que fazemos capacitação aos alunos (do ensino fundamental e médio) para as Olimpíadas Brasileiras de Astronomia”, explicou Rogers.

Outro educador acadêmico envolvido com o telescópio é o professor de Engenharia da Computação, Muriel de Souza Godoi. Ele conta que é possível observar detalhes de astros.

“É um telescópio de oito polegadas, o espelho é de 20 cm, e tem uma distância focal de 2 mil mm. Então, dá para conseguir uma aproximação, com qualidade, de até 400 vezes. Isso é suficiente para ver tranquilamente detalhes das crateras da Lua, os planetas maiores do Sistema Solar, por exemplo, a gente consegue ver Júpiter com as faixas equatoriais em cores separadas, mais amarronzadas, a grande mancha vermelha, que tem três vezes o tamanho da terra”, diz o professor. 

ASTROFOTOGRAFIA

Não é tudo que a comunidade consegue observar apenas indo à universidade e fazendo uso do equipamento. Através da Astrofotografia, o professor Muriel passa horas com o telescópio, utilizando técnicas de empilhamento de diversas fotos de longa exposição para conseguir belas imagens, como as chamadas Nebulosa Eta Carinae e a Nebulosa de Órion.

“São fotos de longo período de exposição que duram, normalmente, no mínimo, 30 segundos até 5 minutos uma única foto. São feitas 30, 40 fotos, às vezes, é uma noite inteira de capturas para obter uma única imagem. São aquelas fotos onde você consegue ver nuvens coloridas que a Nasa divulga, normalmente são nebulosas. Galáxias também são feitas dessa maneira. A gente costuma falar que são objetos do céu profundo”, conta.

Os professores ressaltam que o telescópio está disponível para a comunidade. “O propósito inicial desse projeto foi justamente nessa área de divulgação científica e abrir à comunidade. Os colégios que quiserem fazer uma sessão de observação e receber palestra sobre algum tema de astronomia podem entrar em contato com a gente através do Instagram da universidade e nós agendamos algum dia que seja propício para os dois lados”, convida o professor Rogers.