Uma pessoa foi presa e três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta sexta-feira em Apucarana em uma operação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, e a Receita Federal. Os mandados, expedidos pelo Juízo da Vara Criminal de Grandes Rios têm como alvo um esquema de lavagem de dinheiro, e integram a segunda fase da Operação Falsa Impressão. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão e em Medianeira, no Oeste do estado.
Segundo o promotor Jorge Fernando Barreto da Costa, do Gaeco de Londrina, as investigações começaram em junho deste ano, para apurar possíveis crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa, após o Gaeco receber informações da Receita Federal de que um contador de Grandes Rios integraria organização criminosa especializada em constituir empresas de fachada para funcionarem como “noteiras”, visando emissão de notas fiscais falsas.
Apenas nos primeiros dez meses de 2023, foram identificadas pelo menos 182 empresas de fachada constituídas pelos investigados, que teriam movimentado aproximadamente R$ 250 milhões.
Os mandados de prisão temporária foram expedidos contra dois suspeitos de serem os líderes da associação criminosa, responsáveis por cooptarem os “laranjas” – geralmente, pessoas em situação de vulnerabilidade social, inclusive em situação de rua – para a criação das empresas falsas, que eram usadas para acobertar o transporte de mercadorias ilícitas com a emissão de notas fiscais “frias”, entre outros objetivos.
Para isso, o contador receberia dinheiro do grupo criminoso – de R$ 500 a R$ 700 por empresa criada. “Os ‘laranjas’ recebiam valores irrisórios para ceder o nome”, comenta o promotor, acrescentando que os mandados de prisão tem prazo de cinco dias e foram expedidos como forma de preservar as investigações em andamento. O MP não informou maiores detalhes a respeito da prisão realizada em Apucarana.
A ação desta sexta-feira buscou a produção de provas quanto os crimes investigados, com a apreensão de aparelhos celulares, computadores, documentos e outros bens, valores e objetos ilícitos ou de possível origem ilícita. Os materiais apreendidos foram encaminhados para sede do Gaeco em Londrina.
182 empresas de fachada teriam sido constituídas pela quadrilha para emissão de notas fiscais falsas