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Vendas de destilados em bares têm queda de até 87% em Apucarana

Gabriela Jacuboski

| Edição de 09 de outubro de 2025 | Atualizado em 09 de outubro de 2025

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Intoxicações por metanol assustam clientela e dão prejuízo

Proprietários de bares e restaurantes em Apucarana têm sentido os efeitos dos casos de intoxicação por metanol no faturamento de suas empresas. No município, a venda de bebidas que contêm destilados já caiu até 87,5% em alguns estabelecimentos.

João Paulo de Sousa é proprietário de um restaurante na Rua Oswaldo Cruz, a Rua Gastronômica da cidade. De acordo com ele, houve uma diminuição nos pedidos de drinks. “No último fim de semana, não saíram drinks como costumava sair. Da parte de gin, por exemplo, era 80 drinks e caíram para 10”, comentou.

Para Nathalie Bagatini, que possui dois bares, um deles exclusivo de bebidas, houve uma queda de faturamento de cerca de 40% no último fim de semana. Por outro lado, segundo ela, houve um crescimento na venda de outros tipos de bebidas, como cervejas e vinhos. “Acho que o comportamento do público também mudou um pouco. Eu observei que saiu mais chope, mais cervejas. O público se voltou mais para este tipo de bebidas, deixando mais o destilado de lado”, explicou. Este comportamento também foi percebido por João Paulo. “Muitos migraram para o vinho e a cerveja”, acrescentou.

Para lidar com a crise, alguns estabelecimentos estão buscando reforçar a transparência, publicando nas redes sociais a procedência de seus produtos, além de fornecerem a documentação das bebidas. “Os clientes ficaram desconfiados, agora chamam na mesa, perguntam. Por isso, imprimimos as notas fiscais de compra de bebidas dos últimos dois anos para deixar no caixa”, afirmou João Paulo.

Nathalie acredita que a queda do faturamento é temporária e que o fato da situação ter ganho as manchetes de todo o país é importante, por um lado, para que a fiscalização seja mais rigorosa e eficiente e casos como esses não aconteçam mais. “Pra gente não vai mudar nada na nossa forma de trabalho, nós sempre procuramos trabalhar de forma séria. Todos nossos fornecedores são credenciados. A parte de chope buscamos com a Ambev, a parte de destilados com distribuidoras”, assegurou.

No Brasil, até esta quarta-feira (08), haviam sido confirmados 24 casos, enquanto no Paraná, o número era de três pessoas, todos de Curitiba. Ao todo, 235 investigações estão em andamento, três são do Paraná.