Poucas horas depois de a CBF apontar a postura do auxiliar técnico de Abel Ferreira, João Martins, na entrevista coletiva após a partida contra o Athletico-PR como xenofóbica, o Palmeiras emitiu nota na qual classifica a postura da entidade como “agressiva”, questiona a xenofobia citada pela confederação e aponta uma série de erros contra o time ao longo do Campeonato Brasileiro deste ano e das últimas temporadas.
Em nota, a CBF afirmou que levaria o caso para o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e classificou as falas de João Martins como “um desfile de grosserias e uma tentativa infantil de reduzir a relevância do futebol brasileiro na Europa”. Em seu texto de resposta, o clube paulistano disse confiar no discernimento do STJD.
“Diante da nota oficial divulgada pela CBF e dos reiterados erros graves cometidos contra o Palmeiras, entendemos ser este o momento oportuno de demonstrar, em público, a nossa indignação. Não queremos ser beneficiados, mas exigimos que as regras sejam aplicadas com isonomia. Confiamos na independência do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), evocado pela CBF, e temos convicção de que o órgão dará ao auxiliar João Martins o tratamento equilibrado que lhe compete”, diz um trecho do comunicado.
Para defender-se, o Palmeiras destacou oito questionamentos que, segundo a agremiação, visam “defender os direitos do clube e contribuir com a melhora do produto futebol”. O clube afirma que comentários semelhantes aos de João Martins foram feitos neste mesmo fim de semana por outras figuras envolvidas no futebol brasileiro, mas a nota da CBF foi “endereçada exclusivamente ao Palmeiras”. O clube não afirmou no comunicado quais foram os profissionais que comentaram sobre o tema.
Além disso, o Palmeiras também ressaltou a incongruência da crítica da CBF ao criticar o profissional português, visto que a entidade “busca um treinador estrangeiro para comandar a seleção brasileira”. As críticas à atuação da arbitragem e do VAR também estiveram entre os questionamentos do clube à entidade. Dos oito pontos levantados, quatro fazem referência a erros contra o clube ou à Comissão de Arbitragem, presidida por Wilson Seneme.
A revolta do auxiliar português se deu em razão da não expulsão do zagueiro athleticano Zé Ivaldo, que foi punido apenas com cartão amarelo após cotovelada em Endrick dentro da área, depois da revisão no VAR, em lance no qual foi marcado pênalti a favor do Palmeiras. Em seguida, o jovem palmeirense desperdiçou a cobrança.