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EUA deportaram mais de 1,6 mil brasileiros em 2024

Estadão Conteúdo

| Edição de 21 de janeiro de 2025 | Atualizado em 21 de janeiro de 2025

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Onúmero de brasileiros deportados pelos Estados Unidos aumentou 33% em 2024, totalizando 1.648 pessoas. Os dados são da Polícia Federal (PF).

O número se refere apenas aos brasileiros deportados em voos fretados do Immigration and Customs Enforcement (ICE). Os dados não incluem brasileiros inadmitidos em aeroportos americanos, que retornam em voos comerciais. Segundo a PF, o governo norte-americano não divulga este número.

Em 2020, 1.138 deportados em 21 voos (último ano do primeiro governo de Donald Trump). Em 2021, o número subiu para 2.188 deportados em 24 voos (primeiro ano do governo de Joe Biden). Já em 2022 foram 1.423 deportados em 17 voos; em 2023 foram 1.240 deportados em 16 voos e, finalmente, em 2024, foram 1.648 deportados em 16 voos.

Os voos fretados pelo ICE chegam ao País em sua maioria pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.

Desde 2019, a deportação de brasileiros em voos fretados tornou-se uma prática frequente. Essa política começou durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que autorizou a entrada de aviões com deportados, algo que não acontecia desde 2006.

Em 2021, o governo americano solicitou ao Brasil autorização para ampliar a frequência de voos de deportação ao País, aumentando de um para até três voos semanais de deportados. Com isso, o número de deportados pela ICE subiu de 1.138 em 2020 para 2.188 em 2021.

Em 2023, a revogação da lei Título 42, criada durante a pandemia, resultou em uma queda temporária de 50% nas deportações. No entanto, o cenário voltou a piorar no ano seguinte.

Considerando o anúncio de novas medidas restritivas anunciadas pelo presidente Donald Trump, que iniciou um novo mandato na segunda-feira, 20, esse número pode aumentar.

Entre as novas ações de Trump estão o envio de tropas à fronteira, a retomada da construção de um muro e a reintrodução da política “Permaneça no México”.

O republicano também anunciou a suspensão temporária de refúgios, e o fim do direito automático à cidadania para pessoas nascidas em solo americano, resultando na maior operação de deportação da história dos EUA. Estima-se que cerca de 11 milhões de pessoas vivem em situação irregular no país, incluindo brasileiros.