POLÍTICA

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Apucarana vai captar água de outro município para abastecer cidade

Da Redação

| Edição de 13 de outubro de 2025 | Atualizado em 13 de outubro de 2025

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Apucarana vai fazer parte de um novo sistema regional de abastecimento de água que vai captar água em mananciais de Londrina e distribuir em oito municípios. O projeto é colocar o novo sistema em funcionamento até 2030. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (13) pelo gerente-geral da Região Nordeste da Sanepar, Rafael Leite, em reunião na Câmara de Vereadores.

Na reunião, realizada a convite da Comissão de Justiça, Legislação e Redação da Casa, que também contou com participação de representantes da Copel e visava discutir problemas recorrentes de abastecimento em água e energia, a Sanepar admitiu que o atual sistema de captação de Apucarana não traz segurança de abastecimento para as próximas décadas. Atualmente, o município é abastecido em captação mista pelos rios Caviúna e Pirapó - cuja vazão não é suficiente para atender toda cidade - e por onze poços artesinianos.

Segundo Antônio Gil Fernandes Gameiro, ex-gerente-geral e atualmente no apoio técnico da empresa, a empresa vem há algum tempo buscando novas alternativas de abastecimento. “Quarenta poços artesianos já foram perfurados em Apucarana, mas vários deles não têm vazão adequada. Em 2021 foi feito um estudo para buscar um novo manancial. A proposta inicial era trazer do Rio Tibagi, mas acabou não sendo viável”, comenta, acrescentando que há dificuldade em encontrar outros rios dentro do território do município com vazão adequada.

Segundo Gameiro, o projeto é buscar água no Rio Taquaras, em Londrina, com mais dois mananciais de apoio, o rio São Clemente e o Apertados, que atualmente abastece Arapongas, e criar um linha única para abastecer também Arapongas, Rolândia e Sabáudia, entre outros municípios da região metropolitana de Londrina.

“Isso sim vai garantir abastecimento, porque ele vai trazer 1300 litros por segundo e Apucarana vai ser o centro do sistema”, comenta, acrescentando que o sistema será ligado diretamente na linha de transmissão de energia, dando mais confiabilidade ao sistema. Segundo Gameiro, os estudos da empresa apontam que a solução resolve demanda por abastecimento até 2050.

“Foi uma reunião bastante produtiva. Sanepar pode explicar investimentos e planos futuros para a crise hídrica e garantia de abastecimento para 2050”, acrescentou o gerente-geral da Região Nordeste da Sanepar, Rafael Leite.

O gerente regional da Sanepar de Apucarana, Luiz Carlos Jacovassi também participou da reunião.

Copel também participou de reunião na Câmara

Também participaram da reunião, técnicos da Copel. Em relação à Copel, os principais questionamentos foram relacionados a quedas de energia, a fiação solta nos postes e aos transtornos decorrentes da obra da nova subestação da empresa, que é realizada na região do Núcleo João Paulo II. “A Copel segue o cronograma da obra, mas não vai além disso”, comenta a vereadora Eliana Rocha (Solidariedade), relatando que muitos moradores tiveram vários danos em seus imóveis no decorrer. “Tem quem esteja vendendo imóveis por isso”, completa o vereador Moisés Tavares (PP).

O representante da Copel, Walter Princ, afirmou que eventuais perdas decorrentes da obra serão ressarcidas. Ele também informou aos vereadores que ontem teve início o trabalho da força-tarefa que vai atuar passando pelas ruas para retirada da fiação solta. Segundo ele, o município foi dividido em 20 quadrantes para realização do serviço, que deve demorar 20 meses. Ele também informou que está prevista a poda de 3 mil árvores, o que deve reduzir as interrupções de energia.

A reunião foi organizada pela Comissão de Justiça, Legislação e Redação, da Câmara. O presidente da comissão, vereador Tiago Cordeiro (PDT), avaliou positivamente o encontro. “Foi importante trazer essas empresas aqui. Água não é favor, é mercadoria, é um direito e temos que lutar por isso”.