O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na Polícia Federal (PF) em Brasília nesta quinta-feira, mas ficou em silêncio sobre a suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele ficou na Polícia Federal por cerca de 30 minutos. Na saída da sede da corporação, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência e advogado do ex-presidente, Fábio Wajngarten, afirmou que Bolsonaro não prestou depoimento por “estratégia” da defesa.
Segundo Wajngarten, a defesa do ex-chefe do Executivo não teve acesso à íntegra dos autos da investigação e à delação premiada do ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid.
“O presidente já saiu, fez o uso do silêncio, conforme a defesa antecipou. Esse silêncio, quero deixar claro, não é simplesmente o uso do exercício constitucional do silêncio, mas, uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos pelos quais está sendo imputada ao presidente a prática de certos delitos”, afirmou Wajngarten.
Por esse mesmo motivo, a defesa de Bolsonaro tentou adiar o depoimento três vezes, mas o ministro do STF, Alexandre de Moraes negou.
Além de Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa e companheiro de chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, general Walter Braga Netto, também já deixou a sede da PF.
É a oitava vez que Bolsonaro presta depoimento na PF desde que deixou a Presidência da República. Também não é a primeira oportunidade em que o ex-mandatário recorre à prerrogativa de permanecer em silêncio.
Ao todo, 25 investigados na Operação Tempus Veritatis foram convocados para prestar depoimento nesta semana. Além do ex-presidente, mais 23 depoimentos haviam sido marcados para esta quinta-feira para ocorrer ao mesmo tempo, de forma a evitar a comunicação entre os interrogados. Há ainda um depoimento marcado para esta sexta-feira. (ESTADÃO CONTEÚDO)