O Banco do Agricultor Paranaense, programa do Governo do Estado em parceria com a Fomento Paraná, BRDE e diversas instituições de crédito, é uma das principais ferramentas de incentivo ao desenvolvimento do agro no Paraná. Até o momento, foram aprovados no BRDE 2.171 projetos, totalizando R$ 305 milhões em crédito, com R$ 80 milhões de subvenção econômica feita pela Fomento Paraná com recursos viabilizados por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), que permite a devolução parcial ou total dos juros pagos pelos produtores.
A equalização de juros é o principal mecanismo do programa. Trata-se da devolução, pelo Governo do Estado, de parte ou da totalidade dos juros pagos pelos produtores em financiamentos contratados. Essa devolução varia de acordo com o porte do produtor, o tipo de atividade financiada e o município onde o projeto será executado. Em regiões com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média estadual, o valor devolvido tende a ser maior, como forma de incentivo ao desenvolvimento regional.
Na prática, a equalização reduz a taxa de juros do financiamento, tornando o crédito mais acessível e estimulando o investimento em atividades estratégicas para o agronegócio. “O principal ponto do programa é se adaptar à realidade de cada produtor, seja qual for sua localização. Em regiões com mais obstáculos, a equalização de juros garante que esses produtores tenham condições de investir sem ficar em desvantagem. É uma forma de fazer o desenvolvimento acontecer de maneira mais equilibrada”, explica o diretor administrativo do BRDE, Heraldo Neves.
Além dos agricultores familiares, produtores de maior porte também podem ser beneficiados, desde que invistam em áreas prioritárias como energia solar, biomassa, irrigação e turismo. O objetivo é fomentar atividades que gerem impacto positivo na economia e no meio ambiente.
Os projetos de energia renovável, especialmente os de energia solar, lideram os investimentos financiados pelo programa no BRDE. A energia solar tem sido amplamente adotada por produtores que buscam reduzir custos e aumentar a autonomia energética. A biomassa também se destaca, não apenas pela geração de energia, mas pelo papel ambiental relevante, ao contribuir para a redução de gases de efeito estufa.
“A adesão à energia renovável cresceu porque alia economia e autonomia no campo. Por ser acessível e ter retorno previsível, o investimento se torna viável e ajuda a enfrentar um dos principais desafios do produtor, o alto custo com eletricidade. A economia vira reinvestimento, e o ciclo produtivo melhora”, afirma o vice-presidente do BRDE, Rene Garcia.