Por seis votos a três, a Câmara de Apucarana acatou na sessão ordinária desta segunda-feira denúncia contra o vereador Franciley Preto Godói Poim (PSD), apresentada pelo advogado Douglas Luiz dos Santos. A denúncia, com pedido de instalação de Comissão Processante e afastamento do vereador do cargo por um período de até 60 dias, aponta supostas infrações político-administrativas e quebra de decoro parlamentar que teriam ocorrido quando Poim presidiu a Câmara no biênio 2021-2022.
Na sessão, os vereadores aprovaram o recebimento da denúncia, porém rejeitaram por unanimidade o afastamento de Poim de sua função de vereador.
Ao mesmo tempo, por sorteio, a Câmara constituiu a Comissão Processante, que será composta pelos vereadores Tiago Cordeiro de Lima (MDB), Moisés Tavares Domingos (Cidadania) e Rodrigo Liévore Recife (União Brasil). Eles vão se reunir ainda nesta semana para definir o presidente, o relator e o secretário da comissão e, com orientação da assessoria jurídica da Casa, iniciar os trabalhos de investigação. A comissão terá um prazo de 60 dias para apresentar o relatório contendo parecer sobre a possibilidade de uma eventual punição ou não ao vereador.
Esta é a segunda Comissão Processante instalada na Câmara de Apucarana neste mês de agosto. A primeira visa investigar suposta prática de xenofobia contra o vereador Antônio Garcia (União Brasil), que na sessão ordinária do dia 14 disse que “nordestinos não gostam muito de trabalhar”. O vereador Poim, inclusive, é quem está presidindo esta comissão.
Na acusação contra Poim, o advogado Douglas Luiz dos Santos aponta casos de suposta perseguição a servidores da casa, de situações de homofobia e de assédio moral, além de suposto desrespeito a órgãos de controle interno e suposta advocacia administrativa em benefício próprio.
Durante a sessão, Poim não se pronunciou sobre a denúncia. Procurado pela Tribuna, ele negou todas as acusações e disse que “isso não passa de retaliação política” contra sua pessoa pelas medidas administrativas corretas que tomou quando presidente do Legislativo. “Na presidência da Câmara às vezes você pode agradar uns e desagradar a outros, mas nunca cometi qualquer desvio de função”, afirmou Poim, acrescentando que vai conversar com seus advogados para tomar as medidas cabíveis.