A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta quarta-feira que o governo vai pagar o piso nacional da enfermagem, com efeito retroativo desde maio. O anúncio foi feito durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde, em Brasília.
“O governo federal trabalha para a implementação do piso da enfermagem. Vamos implementá-lo no setor público tal como a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo as nove parcelas previstas para 2023.”
Durante discurso no evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o pagamento retroativo a maio, mês em que o ministro do STF Luís Roberto Barroso estabeleceu regras para o pagamento do piso aos profissionais que trabalham no sistema de saúde de estados e municípios nos limites dos valores recebidos pelo governo federal.
Lula argumentou que o trabalho da enfermagem não pode ser considerado menor. “Tem gente que acha que o salário de uma enfermeira de R$ 4 mil é pouco, é caro”, disse. “Mas é preciso que a gente avalie efetivamente o valor do trabalho por aquilo que ele representa na nossa vida. Quem leva as pessoas para tomar banho, quem vai limpar as pessoas, quem dá comida, quem aplica injeção, quem mede a pressão, quem leva ao banheiro é exatamente o pessoal de baixo, que trabalha. E, por isso, esse pessoal tem que ser valorizado”, acrescentou.
Em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom dia, Ministra, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que algumas falhas no texto da lei atrasaram o repasse do valor para estados e municípios, mas que isso será resolvido.
CONFIRMADA
O presidente Lula confirmou a permanência da ministra da Saúde, Nísia Trindade, no governo, em meio à vontade do Centrão por mais espaço na Esplanada. Ao elogiar o trabalho da ministra à frente da pasta, ele disse que a ministra pode ficar tranquila sobre a continuidade no cargo.
“Temos uma mulher no Ministério da Saúde para cuidar do povo! Tenho muita sorte no Ministério da Saúde, todos eles foram extraordinários. Mas precisou uma mulher para fazer mais”, acrescentou. Com orçamento de R$ 189 bilhões, o ministério é alvo do desejo dos parlamentares que vislumbram emendas, cargos e projeção eleitoral.
O Centrão busca ocupar mais espaços no governo, após uma “insatisfação generalizada” de deputados com a demora na liberação de emendas do governo federal. Um dos principais focos de reclamação dos parlamentares é justamente com as travas para empenhar verbas na Saúde, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada. No final de junho, ela se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).