Oministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que o estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que estimou em 28,4% a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) sobre bens e serviços de consumo, está incompleto por desconsiderar outros fatores, como evasão de divisas e fraudes contra o sistema financeiro.
Para o comandante da equipe econômica do governo, é difícil que o estudo possa estimar que a alíquota brasileira será a mais alta do mundo, mas elogiou o alerta feito para a quantidade de exceções. “O estudo não tem análise de impacto sobre sonegação, sobre evasão, sobre corte de gastos tributários, uma série de questões que precisam ser levadas em conta para fixar a alíquota”, declarou.
Haddad destacou, ainda, que a futura alíquota será calibrada a partir de 2026, iniciando com um índice pequeno. “Não estou criticando, não, é bom ter estudo, mas tem que olhar as premissas dos estudos para não nos assustarmos. Agora, o alerta que o estudo do Ipea faz é bom, porque mostra que quanto mais exceção tiver, menos vai funcionar. tem que calibrar bem as exceções para que elas estejam bem justificadas, que efetivamente terão um impacto positivo”, avaliou.
DESACELERAÇÃO
Horas após o Banco Central (BC) divulgar que a atividade econômica brasileira recuou 2% em maio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que a desaceleração da economia “chegou forte” e afirmou que o resultado está dentro do esperado.
Os dados do IBC-Br, considerando a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), foram divulgados na manhã desta segunda-feira. A queda veio acima da expectativa do mercado, que previa cenário estável para o mês. Em abril, o indicador havia avançado 0,56%.
“É como esperado, né? Muito tempo de juro real muito elevado…. Nós estamos preocupados, estamos recebendo muito retorno de prefeitos e governadores sobre a arrecadação”, iniciou Haddad a jornalistas.
“Então, a pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte, e a gente precisa ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas forem mantidas na casa de 10% o juro real ao ano. Está muito pesado para a economia”, prosseguiu.