POLÍTICA

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Mercado financeiro desconfia de Lula e aposta em Haddad

Da Redação

| Edição de 20 de março de 2024 | Atualizado em 20 de março de 2024
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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira mostra que cresceu a avaliação positiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entre agentes do mercado financeiro, mas, por outro lado, aumentou o mau humor do setor com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para 50% dos agentes de mercado, Haddad faz um trabalho bom ou ótimo; outros 38% consideram sua atuação regular e apenas 12% reprovam sua gestão à frente da economia. A reprovação a Haddad caiu pela metade desde novembro, ao passo que a aprovação cresceu sete pontos percentuais. Além disso, para 51%, o ministro está mais forte agora do que no início do mandato.

Já a avaliação negativa do governo Lula, como um todo, subiu de 52%, em novembro de 2023, para 64%, em março. A aprovação caiu de 9% para 6% nesse período. Caiu de 39% para 30% o percentual dos que consideram o governo regular. 

O levantamento mostra pessimismo dos agentes do mercado em vários pontos: 99% acham que o governo não vai zerar o déficit este ano; 71% consideram que a política econômica está errada, 50% indicam o risco de intervencionismo como maior risco. Para 89%, se o governo interferir na Vale, cairão os investimentos estrangeiros no Brasil. Em relação ao caso da distribuição de dividendos da Petrobras, 97% acreditam que essa foi uma decisão errada do governo. Na avaliação de 52%, os dividendos serão pagos “em algum momento” de 2024.

Mesmo com a piora na avaliação do governo, caiu de 55% para 32%, em relação a novembro, o índice dos que têm a expectativa de que a economia piore no próximo ano. Parte dessa avaliação está relacionada a outro item: aumentou de 44% para 51% os que avaliam que o governo está preocupado com o controle da inflação. E 46% acham que a inflação será menor do que em 2023, 36% que ficará igual e 19% que ficará mais alta ante o ano passado.

Outro dado chama a atenção na pesquisa. Apenas 1% dos agentes de mercado consideram o presidente Lula muito confiável. Esse índice chega a 81% quando os entrevistados são questionados sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Para 96% dos ouvidos, Lula é “pouco ou nada confiável”, percentual que cai para 2% em relação a Campos Neto. Nesse aspecto, Jair Bolsonaro é considerado mais confiável que Lula (2% o consideram muito confiável e 72%, pouco ou nada confiável).

A Quaest também questionou os agentes de mercado sobre o ex-presidente Bolsonaro: 43% acreditam que ele será preso e 53% acham que não será. Para 84%, a eventual prisão de Bolsonaro será mais benéfica para a oposição, em 2026. Outros 16% entendem que isso será bom para o governo. 

A pesquisa ouviu 101 pessoas, entre gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro, no Rio e São Paulo, entre os dias 14 e 19 de março. (COM SITE CONGRESSO EM FOCO)