O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu a Cúpula do G20 nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, com o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Em discurso, Lula afirmou que a iniciativa nasce no G20, mas tem destino global.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza já teve adesão antecipada de 82 países. A proposta foi idealizada pelo Brasil com o objetivo de acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza, prioridades centrais nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Para o Brasil, que preside atualmente G20, o encontro deste ano deveria ter como foco as medidas de combate à fome no mundo, encampadas por Lula. Mas os líderes mundiais, principalmente os europeus, querem aproveitar o encontro para falar das investidas da Rússia contra a Ucrânia.
Em discurso, Lula criticou as invasões da Faixa de Gaza e da Ucrânia e atacou sanções unilaterais impostas a países. Ele não citou especificamente as sanções lideradas pelos Estados Unidos contra a Rússia.
Lula também disse que as desigualdades econômicas geradas, segundo ele, pelo neoliberalismo, causaram o ódio e às ameaças à democracia.
“Não é surpresa que a desigualdade fomente o ódio, extremismo e violência. Nem que a democracia esteja sob ameaça. A globalização neoliberal fracassou. Em meio às crescentes turbulências, a comunidade internacional parece resignada a navegar sem rumo por disputadas hegemônicas. Permanecemos à deriva, como se arrastados por uma torrente que nos empurra para uma tragédia. Mas o confronto não é uma fatalidade. Negar isso é abrir mão de nossa responsabilidade”, afirmou.
Lula defendeu a taxação de operações financeiras de super ricos, uma medida defendida por ele para financiar iniciativas de aumento da igualdade econômica no mundo.
“Uma taxação de 2% sobre o patrimônio de indivíduos super ricos poderia gerar recursos da ordem de US$ 250 bilhões por ano para serem investidos no enfrentamento dos desafios sociais e ambientais do nosso tempo”, afirmou. (DAS AGÊNCIAS)