A maioria das cidades tem graves problemas quando o assunto é acessibilidade. As calçadas nem sempre estão em boas condições, sem contar a falta de rampas para que usuários de cadeiras de rodas possam se locomover. Infelizmente, grande parte dos gestores não se preocupa com isso. Dessa forma, ações simples como estudar, trabalhar e até mesmo andar pelas ruas se tornam um desafio para deficientes físicos, mas também para cegos e surdos.
Em Apucarana, esses problemas estão sendo amenizados, finalmente. A Prefeitura, por meio de uma empresa terceirizada, está construindo 970 rampas de acessibilidade nas ruas da área central e também em vias de interligação de bairros. A adequação das calçadas começou na semana passada pela ruas Ouro Branco e Nabig Daher. A construção de rampas integra o pacote de obras de recape assinado em agosto deste ano com o Programa Paraná Urbano, do governo do Estado, e que prevê investimentos de R$ 6 milhões na recuperação do asfalto. O respeito à acessibilidade foi determinado em contrato.
Na verdade, essa exigência deveria existir em todas as obras públicas. Chega a ser surpreendente que isso nunca tenha sido colocado no papel ao longo dos anos. Por isso, a maioria das ruas e loteamentos residenciais não contam com rampas de acessibilidade para deficientes na calçada, prejudicando a locomoção dessas pessoas que utilizam cadeiras de rodas. Até mesmo conjuntos habitacionais construídos recentemente não preveem esse tipo de adaptação na calçada. É um absurdo.
A qualidade de vida dos cadeirantes é muito prejudicada. Felizmente, no caso dos prédios públicos, a existência de rampas e elevadores hoje é exigida nos projetos estruturais. No entanto, ainda há muito a avançar nas ruas e outros espaços públicos, como praças e parques.
É preciso que essa exigência de acessibilidade faça parte de todos os projetos públicos. Afinal, cerca de 10% da população tem algum tipo de deficiência. São pessoas que não podem ficar abandonadas à própria sorte, sem atenção de prefeituras, estados e União.
É uma conquista enorme para os deficientes físicos de Apucarana. Essa adaptação das calçadas em plena área central veio com atraso, mas agora está se tornando uma realidade. É preciso seguir nesse caminho, estendendo o benefício às demais regiões de Apucarana que ainda não têm esse tipo de estrutura para os cadeirantes.
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