A situação constrangedora do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, demonstra claramente a desorganização e a falta de coerência na condução da política econômica no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Alçado ao cargo pela petista no começo do segundo mandato, Levy enfrenta rejeição da base aliada da petista no Congresso e também do mentor de Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já não esconde mais a sua insatisfação com o ministro, defendendo abertamente a indicação do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para o posto.
A insegurança da presidente Dilma é aterradora. Até agora, a petista está bancando Levy. No entanto, essa pressão sobre o ministro da Fazenda acaba prejudicando de maneira absoluta a condução da política econômica. Com isso, o descrédito do País junto ao mercado internacional cresce e a recessão econômica nacional se amplia.
O governo federal está sem rumo. Levy, ultimamente, vem sendo atacado por todos os lados. Oposição, situação e até o empresariado não poupam críticas. Um dos motivos centrais dessa rejeição é a polêmica proposta de recriação da CPMF, apontada pelo ministro como salvação para a arrecadação da União e única forma de conter o déficit bilionário das contas públicas federais.
Em meio a essa queda de braço em relação à permanência do ministro, a população sofre com a alta da inflação e dos juros. A falta de consenso e a postura vacilante da presidente Dilma, ora discursando a favor de Levy, ora aparecendo ao lado de Lula como uma sinalização de mudança próxima, não ajudam em nada para mudar os rumos da economia. Ao contrário, o País vive uma inércia. Falta pulso a presidente para decidir um norte e, de forma definitiva, convencer o Congresso a aprovar as medidas que achar necessárias para retirar o Brasil dessa estagnação melancólica.
A situação periclitante de Joaquim Levy já repercute no mercado financeiro e as consequências chegam a toda a sociedade. Essa fragilização do ministro é nociva para o País, mas mais nociva ainda é a falta de reação da presidente diante desse quadro. A presidente está inoperante e atônita enquanto o País grita por socorro.