Sucateada há anos, a unidade do Instituto Médico Legal (IML) de Apucarana chegou a um ponto crítico. Nesta semana, o órgão anunciou que vai restringir o atendimento à população em duas semanas de cada mês por falta de médicos legistas.
Com um quadro necessário de quatro profissionais e apenas dois lotados, o IML vai funcionar normalmente durante as duas semanas que equivalem aos plantões de cada um dos médicos. Nas outras duas, os legistas vão atender apenas as segundas e sextas-feiras no período da tarde.
Ou seja, qualquer atividade que prescinda de um profissional fora desse intervalo, o que inclui exames de corpo de delito ou necropsias para liberação de corpos, terá que ser feita em outras unidades do IML. A própria Secretaria de Estado da Segurança (Sesp) indica o encaminhamento para Londrina e Maringá, o que vai implicar em maior demora na prestação dos serviços.
É inadmissível que um órgão público funcione pela metade, mais ainda em se tratando de um que, via de regra, vai tratar de cidadãos em dor, abalados pela perda de familiares ou por violências infligidas contra si ou pessoas próximas.
Os problemas do IML de Apucarana não são recentes, pelo contrário. A começar pela estrutura física do órgão, que é antiga e completamente inapropriada para acolhimento da população. O prédio é velho, não tem entradas separadas para público e os veículos que transportam corpos, e salas suficientes para tornar o atendimento mais humanizado. Ciente das falhas, os funcionários do órgão se organizaram e, com apoio da comunidade e empresários, implantaram uma brinquedoteca para tentar tornar mais acolhedor o atendimento das crianças vítimas de abuso sexual e agressões examinadas no local.
As dificuldades enfrentaras pelo órgão em relação a falta de funcionários ou estrutura de atendimento são notórias. Em 2013, o IML virou notícia porque não tinha condições de acomodar corpos. A geladeira tinha quebrado e, após meses funcionando com motor emprestado de uma empresa privada, o equipamento tinha sido pedido de volta.
Há muito se fala na necessidade de uma nova sede ou ao menos uma reforma no IML de Apucarana, mas esse projeto jamais avançou a contento.
De nada adianta se investir em novas tecnologias de acesso do cidadão aos serviços do estado - algo que o governo tem apostado muito e isso é fundamental, que fique claro -, sem garantir um atendimento presencial digno e eficiente. Nesse quesito, o IML de Apucarana há anos vem deixando a desejar.
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