Primeiramente, quero pedir desculpas caso eu venha magoar alguma pessoa com as minhas palavras.
Sou moradora do Conjunto Residencial Sumatra II, sou cidadã, brasileira e apucaranense. Estou indignada com as situações que vem ocorrendo no bairro. Sei que muitos - digo, a maioria dos moradores - são trabalhadores que levantam cedo todas as manhãs para garantir o sustento de seus filhos ou familiares. Eu acredito que vem sofrendo preconceito por morar em um bairro onde a violência está querendo fazer morada.
Sei que como todos os lugares têm pessoas boas e ruins. Não é por ser da periferia, onde tem pessoas que vivem em condições de extrema pobreza, que pode ser considerado um bairro que só mora bandido. Tem famílias que moram no Sumatra e região adjacentes, pessoas honestas, de caráter, que merecem ter uma vida digna como ser humano. Os poderes públicos deveriam ter um olhar mais atento para esta população e não agir como estão agindo, achando que todos são bandidos ou traficantes.
Entram em casas de moradores humildes, que não conhecem os seus direitos, e humilham, quebram móveis, achando que estão agindo dentro da lei. Onde estão os direitos destes cidadãos?
Pergunto a você, pequeno traficante (conhecido como mula) da periferia: compensa ser a mula? Tem um ditado que diz: “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco”. Enquanto o seu chefão (seu patrão), está andando com um bom carro, pagando de playboy, de bonzinho, você está lá preso, vivendo em condições precárias ou vivendo às escondidas para nunca ser preso, ou você acha que vai viver 100 anos? Eu tenho um sonho: que um dia todos os grandes traficantes ou bandidos que fazem os pobres sonharem com uma vida melhor dentro do crime paguem por isso.
Sei, como qualquer outra pessoa, que o grande, o chefão do tráfico, não é o morador que é preso, pois os mesmos não têm condições financeiras de compra grande nem de viagens para buscar a maldita droga. Estes pequenos traficantes, que são pegos em ônibus ou carros particulares com pequenas ou médias quantidades de drogas, são os mulas, um bando de pessoas sem noção nenhuma do que estão fazendo, as quais a ambição pelo dinheiro fácil fala mais alto. Isto também se vê no dia a dia de muItas meninas-moças, que sonham como no conto de fadas e são levadas para a prostituição. Enquanto elas se perdem na vida, seus aliciadores é que acabam faturando.
Quem mantém e paga os aliciadores não é o cidadão pobre, que vive na periferia. Pode ser que ele gaste e ganhe por uma aventura a mais.
O poder público não trabalha contra a marginalidade, pois não é do interesse dele. O Brasil precisa de leis mais rígidas, mas sem discriminação em aplica-lá independentemente de raça, cor, religião ou situação financeira.
O pode judiciário deveria extinguir o pagamento de fiança, pois isto só dá direito do deliquente fazer o que ele quer.
Peço a você, morador do Sumatra e regiões adjacentes, valorize seu bairro, cuide de sua casa, limpe seu quintal... Vamos fazer do bairro que moramos o melhor bairro, da nossa casa a melhor casa, da nossa família a melhor família, independente da nossa condição financeira.
Os vizinhos precisam de união e deixar as intrigas, sejam elas pequenas ou grandes. Todos precisam de paz.
E a você, que vive na vida do crime, pare, pense e reflita. Ouça a voz de Deus no seu interior dizendo que o crime não compensa.
A família é a base de uma sociedade. Precisamos de uma sociedade sólida.
Não vamos esperar de nossos governantes, pois os mesmos moram bem e não estão preocupados conosco. Eles não estão preocupados com os filhos de ninguém; a vontade deles é que vivemos na escuridão de nossos direitos.
Não vamos esperar, vamos fazer a nossa parte. Quem precisa, que volte aos bancos escolares e tenha conhecimento de seus direitos e deveres. Deus dá oportunidades a todos.