OPINIÃO

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O poder da língua

Por Thadeus Palka, advogado em Apucarana

| Edição de 06 de janeiro de 2016 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Conta-se que, certa vez, um mercador grego rico ofereceu um banquete com comidas especiais. Chamou seu escravo e ordenou-lhe que fosse ao mercado comprar a melhor iguaria que seria oferecida aos seus comensais.

O escravo retornou com um belo prato. O mercador removeu o pano e assustado disse: língua? Este é o prato mais delicioso? O escravo sem levantar a cabeça respondeu: a língua é um prato mais delicioso, sim senhor. É com a língua que pedimos água, dizemos “mamãe ou papai”, fazemos amigos e perdoamos.

Com a língua reunimos pessoas e dizemos “Meu Deus”, oramos, cantamos e dizemos: “Eu te amo”.

O mercador não muito convencido quis testar a sabedoria de seu escravo, e o mandou de volta ao mercado, desta vez para trazer o pior alimento. O escravo voltou com um lindo prato, coberto por fino tecido. O mercador, ansioso, retirou o pano para conhecer o pior alimento. A língua outra vez?!!!, disse espantado. Sim, língua, respondeu o escravo. É com a língua que condenamos, separamos, provocamos intrigas e ciúmes, blasfemamos. É com ela que expulsamos, isolamos, enganamos nosso próximo, xingamos pai e mãe.

Nada pior do que a língua; não há nada melhor que a língua. Depende do modo como usamos.

Muitos males têm sido causados por uma palavra ou frase proferida. Diz um ditado que: “falar é prata, calar é ouro”. Palavras ferem, matam, magoam, semeiam dúvidas, fazem pecar, geram ódio... e muitas vezes quem diz o que quer, ouve o que não quer.

Uma palavra, frase, pode doer mais que a dor física. A dor física pode cessar com um medicamento, mas a dor provocada por uma palavra ou frase, muitas vezes nem o tempo apaga e, quando apagada costuma deixar cicatrizes.

O pecado da língua é tão sério que ocupa o Capítulo 3 e parte do capítulo 4 da Epístola de Tiago no Novo Testamento. A Bíblia ensina que “os lábios dos justos apascentam a muitos, mas por falta de senso, morrem todos (Provérbios 10:21)”.

Jesus censurando os fariseus, disse-lhes que: “a boca fala do que está cheio o coração (Mateus 12:34) e advertiu: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens dela darão conta no dia do Juízo; porque pelas tuas palavras serás justificado e pelas tuas palavras serás condenado (Mateus 12.36.37)”.

O piloto de um navio dirige-o para qualquer direção controlando um pequeno leme. Da mesma forma, um cavalo é dirigido por nós quando lhe pomo freios na boca.

Sejamos vigilantes sobre o uso da palavra língua e, “deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membro um do outro (Efésios 4:25).

Que possamos usar nossa língua para dizer o quanto amamos nossos entes queridos e amigos; para perdoar quem nos ofende, para pedir perdão a quem ofendemos, para oferecer ajuda ao necessitado, para elogiar, para ensinar, para proclamar a paz, a verdade, o amor, para repelir a guerra, as fofocas, as intrigas, a inveja e a maledicência etc. Que os nossos lábios sempre louvem a Deus e a todos que nos rodeiam.