OPINIÃO

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Revanchismo amplia caos político no País

Fernando Klein

| Edição de 08 de agosto de 2015 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A fragilidade do governo Dilma Rousseff é incontestável. O País atravessa uma grave crise política e econômica sem que medidas contundentes sejam tomadas para melhorar a situação. A culpa pelo aumento do desemprego e desaceleração econômica, evidentemente, é da presidente Dilma.

No entanto, fica claro também que a fraqueza do governo federal está sendo explorada de forma oportunista pelo Congresso Nacional. Os últimos movimentos da Câmara dos Deputados, especialmente, visam explicitamente piorar ainda mais a situação já complicadíssima pelos lados do Palácio do Planalto. Há um revanchismo exacerbado, motivado por interesses pessoais, de alguns políticos, principalmente do presidente da Casa, o deputado Eduardo Cunha (PMDB).

As falhas de gestão e as denúncias de corrupção não justificam a aprovação de medidas que prejudiquem as contas públicas. Um dos exemplos é a aprovação da proposta de emenda constitucional que assegura ganhos aos vencimentos de procuradores, servidores da Advocacia-geral da União e delegados. Aprovada na quarta-feira pela Câmara, a matéria prevê reajustes de 34% a 59% a servidores .
A medida ocorre mesmo com os apelos contrários do governo federal, que defende austeridade nos gastos públicos. Isso já ocorreu no caso do fator previdenciário e deve acontecer novamente em outros projetos.

É deplorável que ações desse tipo sejam movidas exclusivamente pelo sentimento político do confronto e de disputas ideológicas. Afinal, é o povo brasileiro o principal afetado.

No atual momento, o País não pode permitir irresponsabilidades fiscais. É preciso seriedade, caso contrário, milhões de empregos serão colocados em risco.

Por outro lado, o governo precisa fazer a sua parte. A sociedade tem a missão de colaborar, mas deve partir da presidente Dilma Rousseff medidas de contenção de despesas, começando pela redução do número de ministérios e do corte de cargos comissionados. Essa legião de apaniguados sangra os cofres federais. Dilma precisa agir de uma vez ou deve abrir mão do cargo, caso não tenha condições de mudar os rumos da economia. A população não suporta mais.