OPINIÃO

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Violência sexual contra crianças é abominável

Da Redação

| Edição de 24 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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São alarmantes os dados de violência sexual contra crianças em Apucarana. Segundo o Conselho Tutelar, são duas denúncias por dia na cidade. Em quase 90% dos casos, os autores desses abusos são da própria família das vítimas.
Esse crime gera repulsa na população. No entanto, é fundamental discutir o assunto e buscar maneiras de reduzir o número de casos. A violência sexual contra crianças é abominável e tudo que puder ser feito para combater esse problema precisa ser colocado em prática o mais rápido possível. 

De janeiro a abril deste ano, o Instituto Médico Legal (IML) de Apucarana, que atende cerca de 20 municípios, realizou 105 exames para ato libidinoso e conjunção. Esse tipo de verificação só é pedido pela delegacia de polícia, o que significa que as investigações avançaram e a violência sexual é uma realidade dessas crianças. 

Os abusos são tema da Semana Nacional de Combate à Exploração e Violência Sexual, que tem como objetivo discutir esse cenário de vulnerabilidade, preparando os profissionais de educação e de saúde para identificar situações suspeitas dentro dos seus ambientes de trabalho. Isso é fundamental, porque muitos agressores não são denunciados pela família. Infelizmente, apesar da violência física e psicológica, muitas mães e outros familiares são coniventes com o abuso praticado em casa. 

Nesse contexto, profissionais de saúde, professores e funcionários de escolas são importantes como forma de prevenção e também para acabar com o martírio enfrentando por muitas crianças e adolescentes. Eles podem identificar sinais de que os abusos estão ocorrendo a partir da mudança de comportamento das crianças. Além disso, podem ajudar os menores na compreensão sobre o corpo e os limites da individualidade. 

Segundo o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), 87% dos casos de abuso sexual ocorrem dentro do ambiente familiar e as maiores vítimas são crianças entre 5 a 12 anos. 

Esse tipo de crime é absolutamente inaceitável. Os abusos sexuais trazem graves consequências físicas e psicológicas a essas crianças. Muitas vidas são destruídas por conta dessa violência absurda, que não pode ser tolerada. Cabe ao poder público buscar formas de ampliar a disseminação de informação às famílias e a profissionais de saúde e de educação para identificação e prevenção de casos. Já o Judiciário tem a obrigação de punir exemplarmente esses verdadeiros “monstros” que destroem vidas por conta de uma doença sexual repulsiva e abominável.