O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB) foram diplomados na tarde desta segunda-feira em cerimônia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eles receberam os diplomas das mãos do presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
A diplomação é a etapa que confirma o processo eleitoral e habilita Lula e Alckmin a tomar posse como presidente e vice-presidente da República no dia 1º de janeiro.
Lula foi às lágrimas após receber seu diploma. “Esse diploma não é do Lula, é de parcela do povo brasileiro que reconquistou o direito de viver em democracia”, afirmou. O petista chamou sua vitória de “celebração da verdadeira democracia” e disse que fará todos os esforços para fazer o Brasil “mais desenvolvido e justo”.
Lula agradeceu a “coragem” do TSE e do STF (Supremo Tribunal Federal) em respeitar e garantir o andamento do processo eleitoral. “Poucas vezes na nossa história, a vontade popular foi tão colocada à prova e teve que vencer tantos obstáculos para enfim ser ouvida”, discursou.
“Felizmente, não faltou quem defendesse nesse momento tão grave a nossa democracia. (…) Além da sabedoria do povo brasileiro, quero destacar a coragem do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, que enfrentaram toda sorte de ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular. Cumprimento a cada ministro e a cada ministra do STF e do TSE pela firmeza na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral nesses tempos tão difíceis. A história há de reconhecer sua coerência e a fidelidade à Constituição”, afirmou Lula.
O presidente eleito se emocionou ao lembrar de sua primeira diplomação. “Em 2002, lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário, um diploma.” O petista foi aplaudido pela plateia, que puxou o grito “Olé, olé, olé, olá, Lula, Lula”.
Lula disse que o presidente Jair Bolsonaro, derrotado no segundo turno das eleições, deixa um “legado perverso” para o País.
“Nestas semanas em que o Gabinete de Transição vem escrutinando a realidade atual do País, tomamos conhecimento do deliberado processo de desmonte das políticas públicas e dos instrumentos de desenvolvimento, levado a cabo por um governo de destruição nacional. Soma-se a este legado perverso, que recai principalmente sobre a população mais necessitada, o ataque sistemático às instituições democráticas”, criticou Lula.
Moraes promete responder com rigor a ataques
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou nesta segunda-feira que grupos que promoveram ataques antidemocráticos, desinformação e discurso de ódio nas eleições de 2022 serão identificados e punidos.
Moraes deu a declaração durante pronunciamento na cerimônia de diplomação da chapa eleita em outubro, composta por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).
“Essa diplomação atesta vitória plena e incontestável da democracia contra os ataques antidemocráticos, desinformação e contra o discurso de ódio proferido por diversos grupos que identificados, garanto, serão responsabilizados para que isso não retorne nas próximas eleições”, disse Moraes.
O presidente do TSE ressaltou que, nas eleições deste ano, assim como nas anteriores, não houve registro de fraudes e que as urnas eletrônicas são “motivo de orgulho”.
“E mais uma vez, como era de se esperar, ficou constatada a ausência de qualquer fraude, qualquer desvio ou mesmo qualquer problema. Jamais houve uma fraude constatada nas eleições realizadas por meio das urnas eletrônicas, verdadeiro motivo de orgulho e patrimônio nacional”, afirmou Moraes.
Ele afirmou também que, nos últimos anos, a Justiça Eleitoral se preparou para combater ataques contra a democracia e “covardes” violências” contra integrantes do Poder Judiciário.