POLÍTICA

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Desiree diz que combate à fome precisa ser prioridade no País

Fernando Klein

| Edição de 30 de agosto de 2022 | Atualizado em 30 de agosto de 2022
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Professora de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Desiree Salgado (PDT) disputa a primeira eleição em outubro como candidata ao Senado. Uma de suas principais bandeiras é o combate à fome no Brasil. Ela defende, juntamente com o presidenciável Ciro Gomes, a instituição de uma renda mínima universal no País. 

“É terrível termos que discutir isso (a fome) em pleno século 21, ainda mais no Brasil, que é o maior produtor de alimentos do mundo”, lamenta a candidata. Por isso, ela assinala que o projeto de renda mínima precisa ser prioridade. “Todas as famílias vão ter um patamar mínimo de renda e aí vão poder comer. Só a partir disso é que podemos começar a debater outras coisas, até porque alguém que não consegue comer, morar dignamente, como essa pessoa vai pensar em emprego, em desenvolvimento, em acompanhamento dos políticos, em fiscalização do Estado?”, questiona. 

Segundo Desiree, esse projeto deve estar na Constituição. “As pessoas não podem ficar dependendo de um auxílio que não sabem quanto tempo irá durar. É preciso que seja uma política de estado e não de governo”, afirma a pedetista. 

A candidata tem 47 anos, é casada, mãe de uma adolescente de 15 anos e mora em Curitiba. Foi funcionária concursada do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e também é fundadora do movimento “Política/Por/De Para Mulheres”, que tem o objetivo de estudar as políticas de participação das mulheres e impulsioná-las a fazer parte da política eleitoral. 

Após participar por anos de debates sobre a participação feminina na política, ela decidiu sair na teoria e participar na prática de uma eleição. “Sempre acreditei que o direito e a política fossem capazes de mudar o mundo. E como a maioria das nossas leis são feitas pelo Congresso Nacional, sempre me interessou o poder legislativo federal”, comenta. 

Além do combate à fome, ela defende a bandeira da educação e, como não poderia ser diferente, a maior participação das mulheres na política. “Das 81 cadeiras no Senado, 14 apenas são ocupadas pelas mulheres”, exemplifica. 

Segundo Desiree, falta pluralidade na política. “No caso do Paraná, não temos nenhuma senadora. São três senadores homens que vão representar um único modo de ver o mundo. Então, mais mulheres e mais outros grupos minorizados (não gosto de falar minorias, porque as mulheres são maioria da população e do eleitorado) precisam fazer parte. Se alguém chega hoje no Brasil e olha o Congresso Nacional, vai achar que a nossa população é majoritariamente de homens brancos de meia idade. Não somos assim. O Brasil é muito diferente disso”.