O diretório do PT no Paraná protocolou na Procuradoria do Ministério Público do Trabalho no Estado um pedido de providências contra dois empresários de Jardim Alegre, no Vale do Ivaí, por crime eleitoral. Os empresários, donos de uma conhecida empresa de concreto, enviaram uma carta a fornecedores em que informam que teriam que reduzir investimentos orçamentários em 30%, o que impactaria no número de colaboradores, caso os resultados do primeiro turno se repitam no segundo turno das eleições presidenciais. Esse tipo de ação, segundo o partido, é considerado crime eleitoral. A carta é datada de quarta-feira e também teria circulado em grupos por aplicativo de mensagem.
O caso, segundo o PT, remete a outros que vêm aparecendo no Brasil e se enquadram no crime de coação eleitoral. No Pará, por exemplo, um empregador promete dinheiro se o candidato da situação vencer. No Rio Grande do Sul foi registrado um outro caso que utiliza o mesmo argumento da empresa paranaense, ou sejam, utilizam ameaças graves para coibir alguém a votar em linha com o que o empregador definiu.
Os advogados do PT do Paraná pedem à procuradoria do MPT a instauração de procedimento investigativo contra a empresa de Jardim Alegre para averiguação das infrações e, ainda, a remessa dos autos para a Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná, com pedido de denúncia dos dois empresários, com base no artigo 301 do Código Eleitoral, que prevê pena de até 4 anos de reclusão e multa para quem for responsável: “usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido.” (CLAUDEMIR HAUPTMANN)