A 4ª Vara Criminal de Curitiba condenou o ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, o “Bibinho”, a 255 anos e seis meses de prisão e ao pagamento de multa de cerca de R$ 1,5 milhão, por lavagem de dinheiro. Bibinho – que está preso em Curitiba – foi acusado pelo Ministério Público de comandar um esquema de desvio de dinheiro do Legislativo, através da contratação de funcionários “fantasmas”, no caso que ficou conhecido como “Diários Secretos”, revelado por uma série de reportagens da Gazeta do Povo/RPC.

Segundo o MP, os fatos envolvem 59 atos de lavagem de dinheiro reconhecidos, ocorridos de 2000 a 2010 e realizados por organização criminosa comandada pelo ex-diretor. Dos 11 denunciados, outros sete foram condenados, dois foram absolvidos e um morreu durante o processo. As penas de todos os réus, somadas, passam de 637 anos.
Os oito condenados também estão proibidos de exercer cargo ou função pública. A sentença decretou ainda o ressarcimento dos prejuízos ao erário e a perda de bens do ex-diretor-geral, de suas empresas e de terceiros envolvidos nos fatos. Foi decretada a perda de 114 imóveis, 70 veículos, maquinários e valores em dinheiro. A maioria dos bens está registrada em nome do ex-diretor-geral, de familiares e de empresas criadas por ele. Ainda cabe recurso da decisão.
Segundo o MP, entre 1997 e 2014, Bibinho comandou um esquema que teria desviado cerca de R$ 260 milhões da Assembleia, em valores atualizados, com a utilização de 97 “fantasmas”. De acordo com a investigação, o ex-diretor-geral também pagou para que algumas pessoas cedessem seus nomes para figurarem como funcionários.