POLÍTICA

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Operação prende mais de 40 auditores fiscais no PR

Da Redação

| Edição de 04 de dezembro de 2015 | Atualizado em 02 de dezembro de 2016

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Mais de 40 auditores fiscais do Paraná foram presos ontem pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na quarta fase da Operação Publicano, que investiga um esquema de corrupção na Receita Estadual. Dois foram detidos em Apucarana (Edvaldo Bianchi e Eurico Rosa de Almeida) e um em Arapongas (Nelson Mandeli Junior). Eles são suspeitos de cobrar propinas de empresários em troca da anulação de dívidas com o Estado.

Imagem ilustrativa da imagem Operação prende mais de 40 auditores fiscais no PR

Em Apucarana e Arapongas, o Gaeco também cumpriu cinco dos 52 mandados de condução coercitiva previstos na operação, quando o investigado é convidado a prestar depoimento e logo em seguida liberado. Dois empresários apucaranenses e três araponguenses foram encaminhados ao Gaeco em Londrina para prestar esclarecimentos.

Em entrevista à Tribuna por telefone, o coordenador-geral do Gaeco, Leonir Batisti, afirmou que empresários das duas cidades foram prestar esclarecimentos, após terem seus nomes citados durante a investigação. Eles teriam pago propina a auditores em troca de benefícios fiscais. Leonir, no entanto, não revelou a identidade dos investigados tampouco os supostos valores pagos. “Estamos esclarecendo as denúncias, confirmando se houve ou não o pagamento e a concessão dos benefícios”, afirmou.

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Segundo o Gaeco, a quadrilha atuava havia três décadas e faturava R$ 50 milhões por ano em propinas.

Desta vez, estão sendo apuradas cobranças realizadas entre 2008 e 2014, que não foram contempladas em fases anteriores.

No total, 47 mandados de prisão estão sendo cumpridos. Outras 52 pessoas tiveram que prestar depoimento sobre os fatos - na maioria, empresários suspeitos de terem pago a propina, residentes no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Cerca de 35 dos presos na ação desta quinta já estavam sendo investigados em outras operações.

A Justiça ainda determinou a quebra de sigilo bancário de 19 pessoas. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em gabinetes da Receita Estadual, residências e num escritório de advocacia.

Os auditores investigados são alvo de um processo administrativo na Receita Estadual, que já emitiu R$ 750 milhões em multas por impostos que deixaram de ser pagos com o esquema.

As fases 1 e 2 da Operação Publicano apuraram crimes contra a administração (especialmente corrupção passiva tributária e concussão) atribuídos à organização criminosa. A fase 3 apurou crimes de lavagem de ativos.