POLÍTICA

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PF desarticula quadrilha que pretendia matar Sergio Moro

Da Redação

| Edição de 22 de março de 2023 | Atualizado em 22 de março de 2023
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APolícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, a Operação Sequaz. O objetivo foi desarticular o plano feito pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) de sequestrar e matar servidores públicos e autoridades, incluindo o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil/PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).

Os mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos em cinco unidades da Federação: Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo. De acordo com as diligências da PF, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados estão nos estados de São Paulo e Paraná. Até final da manhã de ontem, nove pessoas tinham sido detidas.

Dos nove presos, seis foram detidos na região de Campinas após a execução de mandados de prisão, além de um homem preso em flagrante com documento falso. Outras duas pessoas foram presas em Guarujá (SP) e São Paulo.

Os seis presos da região paulista, quatro homens e duas mulheres, foram levados para a Delegacia da Polícia Federal em Campinas. Por volta de 11h, os detidos deixaram o local e foram encaminhados para São Paulo.

O PCC é facção comandanda por Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola. Em 2018, o promotor Lincoln Gakiya pediu a transferência de Marcola de São Paulo para um presídio federal. No início do ano seguinte, o chefe do PCC foi levado para a Penitenciária Federal de Brasília.

No chamado pacote anticrime, Moro propôs, dentre outras medidas, a vedação da visita íntima e o monitoramento dos contatos dos presos, inclusive com os seus advogados, em presídios federais.

De acordo com as investigações, o sequestro e a morte de Moro e de outras autoridades seriam executados para obter dinheiro e conseguir o resgate de Marcola, que no início deste ano foi transferido do Presídio Federal de Porto Velho (RO) para o de Brasília.

Cerca de 120 policiais federais estavam cumprindo ontem 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná.

Investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontam que integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) já haviam dado início desde janeiro deste ano à execução do plano para sequestrar e matar o ex-juiz e senador Sergio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Gaeco.

Os criminosos alugaram imóveis na rua do senador e chegaram a seguir a família do ex-juiz desde então. Devido ao risco de atentado, Sergio Moro e seus familiares já estavam com escolta da Polícia Militar do Paraná.

Ex-juiz pede ação rigorosa contra o crime organizado

O senador paranaense Sergio Moro (União Brasil) fez na tarde desta quarta-feira um discurso na tribuna do Senado Federal para falar sobre o plano de execução contra ele, investigado pela Polícia Federal (PF). Moro era um dos alvos da facção criminosa PCC em um plano de sequestro e execução. 

No Senado, Moro confirmou que foi informado das ameaças pelo Ministério da Segurança Pública no fim de janeiro. “Ou nós os enfrentamos ou quem vai pagar vão ser não só as autoridades, mas igualmente a sociedade. Não podemos nos render”, afirmou o senador.

“Fico alarmado com essa escalada que estamos vendo do crime organizado no país. Estamos assistindo atônitos a esses ataques à sociedade civil, como no Rio Grande do Norte, ataques que têm características terroristas. Espero que as autoridades sejam bem-sucedidas, temos de intensificar o combate ao crime organizado”, destacou.

“Gosto de uma frase em um sentido metafórico. Se vêm para cima da gente com uma faca, temos de usar um revólver. Se usam revólver, temos de vir com metralhadora. Se eles têm metralhadora, temos que ter um tanque ou um carro de combate. Não no sentido literal, mas precisamos reagir às ações do crime organizado. Como deve o Congresso reagir? Com o que ele é próprio, que são leis para proteger, não só as autoridades, mas também os cidadãos”, destacou Moro.