Prefeitos dos pequenos municípios do Vale do Ivaí iniciaram o ano de 2019 mantendo o corte nos gastos da máquina administrativa adotado com maior intensidade no segundo semestre do ano passado. Eles também estão agindo com cautela na prestação dos serviços públicos à população e na hora de fazer novos investimentos diante da incerteza de contar de imediato com recursos federais e estaduais por causa da troca de governos.
“Neste ano temos que trabalhar com os pés no chão, com muita organização e planejamento”, afirma o prefeito de Novo Itacolomi, Moacir Andreola (PSD). Ele considera que este ano será muito difícil para as prefeituras conseguir recursos governamentais para seus projetos, apesar de estar otimista com as mudanças de rumo do País e do Estado com o novo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e com o novo governador do Paraná Ratinho Junior (PSD).
“O primeiro ano de mandato, seja no governo federal e estadual ou nas prefeituras, sempre é de levantamento da situação e de planejamento. Além disso, tanto em nível federal como estadual o discurso e as propostas dos novos governos são de corte de gastos e de investimentos neste primeiro momento. Então, não sabemos como vai ficar a situação das prefeituras neste primeiro ano de governo estadual e federal”, analisa Andreola.
“Aqui em Novo Itacolomi estamos trabalhando com os pés no chão, com muita organização e planejamento, sempre pensando nessas situações e na possibilidade de queda de receita que sempre acontece com o FPM (Fundo de Participação dos Municípios”, explica Andreola. “Aliás, nós já fizemos todos os cortes de gastos desde o primeiro ano de mandato”, afirma Andreola, que está no seu terceiro mandato como prefeito de Novo Itacolomi. Segundo ele, os setores que estão funcionando normalmente, por enquanto, são o da saúde, da educação (em fase de planejamento e d revisão dos ônibus do transporte escolar) e o da limpeza pública.
Em Marumbi, o prefeito Adhemar Rejani (MDB), diz que está fazendo tudo que pode para garantir o funcionamento da máquina pública neste início de ando. “Hoje não estamos fazendo cortes de gastos, porque tudo que tínhamos que cortar já cortamos no ano passado”, afirma o prefeito, lembrando que teve que suspender horas extras, reduzir cargos comissionados e controlar uso de máquinas e veículos e outras despesas do dia dia.
“Cortar gastos não dá mais, mas vamos continuar trabalhando com o pé no freio”, afirma Rejani. Ele assinala que passou o ano de 2018 com muitas dificuldades financeiras por causa da baixa receita do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos muitos problemas que teve que sanar no âmbito da administração municipal.
Rejani está bastante confiante nos governos de Jair Bolsonaro e Ratinho Junior, especialmente em relação ao governo do Estado. “O Ratinho Junior, além de ser da nossa região, é um político competente e que conhece os problemas dos municípios”, comenta.
Esperança é de dias melhores
Em Califórnia, o prefeito Paulo Wilson Mendes (PP), o Paulinho Moisés, afirma que também vem trabalhando com cautela e com os pés no chão. “Isso nós vimos fazendo desde o início do mandato, sempre controlando os gastos públicos”, garante o prefeito.
Paulinho Moisés acredita que a mudança de governo vai mexer mais com o Brasil e com o Estado do Paraná em termos de corte de investimentos. Mas também é difícil dizer o que poderá acontecer com os municípios, especialmente os pequenos. “O povo brasileiro sempre tem a esperança de melhores dias e assim nós também estamos enquanto prefeito”, afirma o prefeito de Califórnia. (E.C.)