Um caso de aborto envolvendo uma adolescente, de 15 anos, virou alvo de investigação da Polícia Civil de Apucarana. O episódio ocorreu na última sexta-feira, após o intervalo, no banheiro feminino do Colégio Estadual Professor Luiz Izidoro Cerávolo. A suspeita de interrupção forçada da gravidez surgiu após a estudante do Ensino Médio ser encaminhada ao Hospital da Providência de Apucarana.
A jovem, que recebeu alta no sábado, foi ouvida pela delegado-adjunto da 17ª Subdivisão Policial (SDP), de Apucarana, Marcos Felipe da Rocha Rodrigues. A adolescente, além de passar por procedimentos médicos na unidade hospitalar, também fez exames no Instituto Médico Legal (IML).
Os laudos, segundo o delegado-adjunto, serão essenciais para constatar se houve ou não um aborto provocado, que é considerado crime contra à vida pela legislação brasileira. A previsão é que os resultados fiquem prontos nas próximas semanas, uma vez que foram feitos em caráter de urgência. Entretanto, Rodrigues observa que as investigações feitas até o momento não confirmam que a gestação seria múltipla. Inclusive, de acordo com o delegado, uma equipe da Polícia Civil, acompanhada de peritos, esteve na escola. “Chegaram a abrir a caixa coletora de esgoto, mas nada foi encontrado”, adianta.
Quanto a idade gestacional do feto, Rodrigues afirma, que somente após os laudos técnicos será possível saber com precisão. “Até o momento sabemos apenas que houve o aborto, não sendo possível precisar se foi provocado ou natural”, argumenta. Caso seja confirmado que a adolescente tenha provocado o aborto, ela vai responder pelo caso na Vara da Infância e Juventude.
INTEGRIDADE
A chefe do Núcleo Regional (NRE), de Apucarana, Maria Onide Sardinha, que está acompanhando o caso desde sexta-feira, garante que tanto o colégio quanto o NRE tomaram todos as medidas para preservar a integridade física e psicológica da estudante. “A equipe do colégio, assim que soube, socorreu imediatamente a adolescente. Chamaram o Samu, que chegou com a sirene desligada, para não chamar a atenção de outros alunos e a encaminharam ao Hospital da Providência Materno Infantil”, revela.
Logo depois, de acordo com Maria Onide, a família foi avisada. “A princípio, nós achamos que tratava de uma hemorragia. Na segunda-feira, uma equipe multidisciplinar fez uma reunião com o intuito de orientar os pais e a estudante, que já retornou às aulas, sobre o caso”, comenta. Ela frisa ainda que o NRE trabalha em parceria com o sistema de saúde e, caso a adolescente precise, terá todo o atendimento.
A chefe do NRE avalia que o caso é uma situação isolada. “Apesar de fazer parte do currículo escolar, nós vamos intensificar orientações sobre sexualidade e os meios de prevenção, para que outras meninas não passem pela mesma experiência. Hoje em dia, a escola passa por essa questão social”, avalia.