Oito anos. Em 2025, completarei 8 anos escrevendo esta coluna, dividindo com vocês um pouco do que penso, sinto e vivo. Oito anos colocando para fora as ideias que me habitam, as emoções que me movem e as histórias que me marcam. A cada semana, é como abrir um portal para minha alma, um convite para que vocês me acompanhem nesta jornada pessoal e coletiva. Somos extremamente íntimos, ainda que saibam mais de mim do que eu de vocês. Mas essa é ainda uma troca, caro leitor e leitora.
Lembro-me dos primeiros textos, ainda tímidos e hesitantes. Primeiro sobre a história de Apucarana. Depois falava sobre a sala de aula, sobre os alunos, sobre a importância da educação. Um dia, aventurei-me por outros temas, mais pessoais, mais íntimos. A paternidade, os amores, as perdas, a política... A vida, enfim, em todas as suas nuances. Durante o período que foquei em falar de política, percebi que certos temas devem ser tratados “olho no olho”, afinal, perdemos a nossa humanidade em discussões políticas, que deveriam ser sobre isso mesmo, a dignidade dos seres humanos.
E a cada texto, um novo aprendizado. A escrita me tornou mais observador, mais crítico, mais humano. Aprendi a lidar com as palavras, a construir frases, a organizar ideias. Mas, acima de tudo, aprendi a me conhecer melhor. Escrever é como olhar para dentro de si mesmo e encontrar respostas para perguntas que nem sempre sabemos formular. Me questionei sobre o tempo, sobre família, sobre a brevidade da vida...
E agora, em dezembro, com a chegada da “dezembrite aguda”, como carinhosamente apelidei essa sensação de renovação e esperança que toma conta de nós nesta época do ano, sinto-me ainda mais inspirado. Afinal, se há um momento propício para reflexões e novos começos, é este. Fui acusado por um amigo de ser “coach demais”, mas no fundo nunca poderia, pois entrego menos do que prometo e não prometo nada. Esse ano foi assim, um ano de pequenos grandes fracassos, que me abalaram profundamente, mas ao mesmo tempo, reconhecer as benesses da minha vida e a necessidade que fazem de mim – digo, aos meus -, me faz continuar confiante.
Escrever esta coluna é como celebrar a vida em todas as suas formas. É compartilhar alegrias e tristezas, sonhos e frustrações. É conectar-se com as pessoas, criar pontes e fortalecer laços. É, acima de tudo, um ato de amor. Amor pela escrita, amor pela vida, amor por vocês, caros leitores e leitoras. Não sei quantos vocês são, mas alguns encontro pelo caminho citando um trecho ou outro de meus textos e, neste momento, tudo faz sentido. É como se ainda escrevesse no meu primeiro diário, que já contei aqui, de quando eu tinha 9 anos, mas que agora eu grito em voz alta no meio do corredor da escola.
Não sei o que nos espera em 2025, nem mesmo o que ocorrerá amanhã. Acredito hoje menos do que ontem de que alguém seja capaz de decifrar o amanhã. Mas tem alguma coisa em dezembro e no réveillon que nos fazem continuar acreditando que no ano que vem será melhor. E tomara que seja. Não depende da cor de sua roupa, das lentilhas ou dos pulinhos de onda, ainda que tudo vale nessa hora, mas cabe a você, caro leitor e leitora, acordar com esperança e uma dose de entusiasmo, muito trabalho e, por que não, fé. Na dúvida, eu tenho fé. Em Deus, em mim, nos meus filhos, em você. Posso estar errado sobre o futuro, mas acho que será bom, afinal a gente merece.
Agradeço a cada um de vocês por acompanharem meu trabalho. Que este novo ano seja repleto de realizações e novas histórias para contarmos juntos. A cada dia aprendo algo novo e percebo que não sei muita coisa, mas vou te contando toda sexta-feira o que descobri. Que 2025 seja assim, um ano de descoberta e que possamos continuar juntos nessa caminhada.