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De Trump ao Brasil: como a política internacional e nacional refletem em Apucarana

Da Redação

| Edição de 23 de janeiro de 2025 | Atualizado em 23 de janeiro de 2025

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A posse de Donald Trump, consolidada em meio a um cenário de tensões e polarização, trouxe consigo uma onda de especulações no mercado global. Suas promessas de políticas protecionistas e o fortalecimento do setor industrial americano já começaram a mexer com as exportações globais. Mas qual o impacto disso no nosso cotidiano aqui em Apucarana?

Os Estados Unidos são um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, e a postura de Trump em relação ao comércio internacional pode influenciar diretamente o agronegócio, setor essencial para o Paraná. Produtos como soja, milho e carne, que têm forte demanda nos mercados internacionais, enfrentam oscilações nos preços com base em decisões tomadas em Washington. Além disso, mudanças na política monetária americana, como aumento das taxas de juros, podem atrair capital estrangeiro e impactar o câmbio, elevando o dólar. Para a nossa indústria têxtil, isso significa maiores custos de insumos e pressão sobre as margens de lucro.

No cenário nacional, a inflação tem sido uma preocupação constante. Em dezembro de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,52%, acumulando 4,83% no ano, ligeiramente acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que era de 4,5% ([IBGE). Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pelos custos de alimentos e bebidas, transporte e vestuário, enquanto os custos de habitação apresentaram queda. Para os consumidores apucaranenses, isso se traduz em preços mais altos nos supermercados e maior pressão no orçamento doméstico.

Paralelamente, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 4.762/2023, que propõe alterações no Código de Defesa do Consumidor, exigindo informações mais claras sobre a data de fabricação e o prazo de validade dos produtos. Além disso, o Projeto de Lei nº 495/2023 assegura ao consumidor o direito de troca, gratuidade ou menor valor na compra de produtos com prazo de validade vencido ou com diferença de preço entre o ofertado na loja e o cobrado no caixa. Essas medidas buscam garantir maior transparência e segurança para o consumidor, evitando a comercialização de produtos fora do prazo de validade e assegurando o direito à informação correta.

Apucarana tem um histórico de resiliência econômica, especialmente no setor de confecções. Mas, em tempos de desafios globais e nacionais, é fundamental que governo local, empresários e cidadãos trabalhem juntos. Incentivar a inovação, buscar parcerias e expandir mercados podem ser estratégias para garantir que nossa cidade continue prosperando, independentemente do cenário político internacional ou nacional.

Se há algo que os últimos meses nos ensinaram, é que o mundo está interconectado. O que acontece nos Estados Unidos, em Brasília ou até em Curitiba, reflete diretamente na vida de cada um de nós. Por isso, é essencial acompanhar esses movimentos e, mais do que isso, agir localmente para que Apucarana continue se destacando como um exemplo de superação e desenvolvimento.

Não dá para fingir que o “mundão véio” lá fora não nos influencia aqui, por isso, caro leitor e leitora, é sempre bom retomarmos os olhares para o que acontece além de nossas fronteiras municipais, tanto econômica quanto socialmente, não somos uma ilha isolada do mundo. Temos que estar preparados para o que virá, pois é muito melhor prevenir do que remediar. O preço do seu prato de comida tem relação com o que acontece no mundo todo, não é só uma questão Lula x Trump, é uma cadeia de negociações que começam longe e terminam em nossa Câmara de vereadores e depois na prateleira do mercado. É preciso estar atento.