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O silêncio que grita: A urgência de falarmos sobre saúde mental

Da Redação

| Edição de 12 de setembro de 2024 | Atualizado em 12 de setembro de 2024

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Caro leitor e leitora, como havia dito e repetirei, aqui em casa, temos o mês de setembro, que por acaso é o meu aniversário, como o mês que mais falamos sobre aquilo que está dentro de nós, que nos aflige e gera angústia. Eu sei que pode parecer repetitivo, mas o silêncio sobre esse tema, pode ser fatal. Setembro é marcado pela cor amarela, símbolo de uma campanha que há anos busca trazer à tona um dos temas mais urgentes e delicados da nossa sociedade: a saúde mental. O mês é dedicado à prevenção do suicídio, mas, mais do que isso, é uma oportunidade para refletirmos sobre como lidamos com o sofrimento invisível que muitas vezes nos cerca.

Quantas vezes não ouvimos histórias de alguém que, em silêncio, enfrentava batalhas internas, aparentemente invisíveis aos nossos olhos? Muitas dessas histórias têm algo em comum: o silêncio. O silêncio de quem sofre e o silêncio de quem não sabe como ajudar. Vivemos em uma sociedade que, embora mais conectada do que nunca, ainda tem dificuldade em falar sobre saúde mental. Mas esse silêncio não protege. Ele grita.

Em nossa cidade, em nossos bairros, nas escolas e nos ambientes de trabalho, há pessoas que convivem diariamente com questões de saúde mental que muitas vezes passam despercebidas. Falar sobre esse tema é fundamental para romper as barreiras do preconceito e do isolamento. É preciso que enxerguemos que saúde mental é tão importante quanto a saúde física e, assim como buscamos um médico ao sentir dor, devemos buscar apoio ao enfrentarmos crises emocionais ou psicológicas.

Mas como podemos, como comunidade, promover essa mudança? Começa pela empatia. Ouvir sem julgar, acolher sem exigir, apoiar sem questionar. Saber que nem sempre o que está à superfície reflete o que está se passando no íntimo de cada um. E, acima de tudo, entender que falar sobre saúde mental não é fraqueza. É coragem.

Nos últimos anos, temos visto iniciativas, tanto no setor público quanto no privado, voltadas para o cuidado com a saúde emocional. Contudo, ainda há muito a ser feito. É urgente que esses esforços se intensifiquem e que, como cidadãos, possamos exigir políticas públicas que garantam o acesso a tratamentos adequados e, principalmente, que promovam a dignidade humana.

Esse mês nos convida a repensar nossas atitudes, não só em relação aos outros, mas também em relação a nós mesmos. Cuidar da saúde mental é, antes de tudo, um ato de dignidade. E dignidade, como bem sabemos, é a base de uma sociedade justa e acolhedora. Precisamos de lideranças que compreendam e defendam essa verdade. Afinal, a saúde mental não é um luxo, é uma necessidade.

Ao longo do tempo, tenho percebido que iniciativas que promovem o acolhimento, a escuta e o suporte emocional podem transformar vidas. Se cada um de nós fizer um pequeno movimento, seja estendendo a mão a quem precisa ou cobrando de nossos governantes um olhar mais atento para a saúde mental, poderemos mudar o futuro de muitas pessoas que hoje se encontram em silêncio.

O Setembro Amarelo nos lembra que precisamos falar, e falar com urgência. O silêncio pode ser mortal, mas a palavra, o acolhimento e o cuidado podem ser a chave para salvar vidas. Não podemos permitir que o silêncio seja mais alto que as nossas vozes de empatia e solidariedade. Em tempos de incerteza, em que tantas pessoas se sentem invisíveis em suas dores, é nosso dever, como sociedade, criar espaços onde todos se sintam ouvidos e respeitados. Que o Setembro Amarelo não seja apenas um lembrete anual, mas o início de uma transformação constante, onde a saúde mental seja tratada com a seriedade que merece. E que cada um de nós, ao cuidar do outro, ajude a construir um futuro onde a dignidade humana seja o pilar de todas as nossas ações.

Thays N. D. Bomba