CIDADES

min de leitura - #

30 ANOS de uma tragédia em Borrazópolis

Claudemir hauptmann

| Edição de 20 de maio de 2022 | Atualizado em 20 de maio de 2022
Imagem descritiva da notícia 30 ANOS de uma tragédia em Borrazópolis

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

Um alerta de vendaval do sistema meteorológico ou uma formação de nuvens escuras mais pesadas, o que para muita gente acontece sem nem sequer ser percebido, é motivo de tensão, ansiedade e medo em Borrazópolis, localizada a pouco mais de 60 quilômetros de Apucarana.

Moradores que viveram o episódio não escondem o temor cada vez que olham para um céu com nuvens escuras de temporal. Há 30 anos, em 22 de maio de 1992, acontecia a maior tragédia de causas naturais na região, o vendaval, com ventos de mais de 100 quilômetros por hora, deixou prejuízos incalculáveis, alguns irreparáveis, como a morte de 12 pessoas. O vendaval arrancou árvores, quebrou postes e telhados, também “varreu” casas inteiras naquele dia.

Mais de 200 pessoas ficaram feridas e pelo menos 53 delas, com mais gravidade, precisaram ser hospitalizadas, inclusive em Apucarana e em outros hospitais da região. Mais de mil pessoas ficaram desabrigadas na cidade, que hoje tem pouco mais de 6 mil habitantes.

A vida de quem viveu aquele dia, em Borrazópolis, mudou. Uma delas, a professora Tereza Domingues diz que aquele dia, para ela, não é mais uma ferida aberta. Mas é uma grande cicatriz que não a deixa esquecer. Naquele dia, ela perdeu sua filha, uma bebê ainda.

“Foi um momento trágico. Muito dolorido. É ruim falar sobre aquilo. Mas a vida continua”, diz a professora. O tempo, lembra, estava chuvoso no meio da tarde, depois de um dia abafado. “O tempo escureceu. As nuvens pareciam tocar o chão. A chuva era leve. De repente, muito barulho. Era como se fosse um trovão, mas constante”, conta. Era a cidade sendo varrida. “Foi tudo muito rápido. Coisa de segundos. E já senti que estava perdendo minha filha, que era meu sonho, planejado por seis anos”.

Quem também tem história de morte nas lembranças daquele dia é o atual prefeito, Dalton Moreira, que tinha 21 anos na época e trabalhava num escritório de contabilidade. Naquele dia ele perdeu o tio, João Antônio Moreira. “Perdi familiares e amigos e até hoje tem muita preocupação. As pessoas ficam nervosas e isso deixa a gente nervoso”, diz, sobre os dias de chuva pesada na cidade. “Eu não tive problemas com isso, não tenho medo. Mas muita gente fica assustada, sim. Quem tem acima dos 40 anos, se preocupa sim. Tempo fecha e todos ficam tensos”, diz. (Confira a matéria completa em video neste domingo no TNOnline) CLAUDEMIR HAUPTMANN