A região registrou as temperaturas mais frias do ano na última semana, chegando aos 4ºC na última sexta-feira em Apucarana. Esse cenário faz com que os trabalhos de acolhimento para pessoas em situação de rua sejam intensificados pelas secretarias de Assistência Social (Semas) dos municípios.
Em Apucarana, conforme a titular da pasta Ana Paula Nazarko, um trabalho de conscientização sobre a chegada da frente fria é feito antecipadamente para evitar que essas pessoas permaneçam nas ruas em temperaturas extremas. Além disso, um trabalho de abordagem e acolhimento é realizado diariamente, para encaminhamento ao Centro Pop. “Nossa equipe está diariamente nas ruas, abordando essa população e oferecendo acolhimento, agasalhos, alimentação, e principalmente, o fortalecimento do vínculo familiar, pois sabermos que a maioria dessas pessoas têm familiares na cidade”, esclarece.
Ana Paula conta que, em muitos casos, pessoas em situação de rua em Apucarana são encaminhadas para a Casa da Misericórdia de Apucarana, para passar a noite, mas com a situação de pandemia, os atendimentos estão restritos. “Quem entra para atendimento já fica em situação de quarentena e passa pela certificação de que não está com Covid. Isso é um grande desafio porque grande parte das pessoas tem dificuldade de ficar reclusas, por isso, muitos preferem permanecer nas ruas”, explica a secretária.
Em Arapongas, um abrigo emergencial foi criado durante a pandemia e funcionou até julho. “Permanecemos realizando diariamente o trabalho de abordagem nas ruas, com distribuição de agasalhos, máscaras, cobertores e diversos encaminhamentos. Temos uma equipe que trabalha incansavelmente por essas pessoas, mas não podemos obrigá-las a nada. Muitos preferem permanecer nas ruas”, disse Ismailda Ferreira de Lima da Silva, a Nina, secretária de Assistência Social do município. Ainda de acordo com a secretária, a morte de um morador de rua em Arapongas na madrugada de sábado, ainda está sendo investigada. “Existe a suspeita de hipotermia, porém, de acordo com a família dele, ainda não há atestado de óbito definindo a causa da morte oficialmente. A filha dele acredita em morte por causas naturais”, contou Nina. (ALINE ANDRADE)