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Alexandre de Moraes solta mais dois manifestantes de Apucarana

Adalton Vieira

| Edição de 17 de março de 2023 | Atualizado em 17 de março de 2023

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Mais dois apucaranenses presos em Brasília por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro tiveram a liberdade concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira. Eles integram o grupo de 129 pessoas que tiveram recursos atendidos pelo magistrado e poderão agora voltar para suas cidades de origem. Por outro lado, dois moradores de Apucarana vão continuar presos no Centro de Detenção Provisória (CDP II), do Complexo da Papuda. 

O ministro encerrou a análise de todos os pedidos de liberdade apresentados pelas defesas dos presos por suspeita de envolvimento nos atentados aos Três Poderes. Ao todo, 294 investigados (86 mulheres e 208 homens) vão permanecer detidos em Brasília por ordem de Alexandre de Moraes. São apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que participaram das manifestações antidemocráticas que resultaram na depredação das instalações do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto. Agora, eles terão de buscar outros caminhos jurídicos para deixar a cadeia. 

Os dois apucaranenses que tiveram a liberdade concedida nesta quinta-feira se juntam a outros oito moradores que já voltaram para Apucarana. Eles foram liberados com uso de tornozeleira eletrônica e precisarão cumprir uma série de restrições, que incluem desde o recolhimento domiciliar noturno, a proibição de usar redes sociais até a exigência de entregar seus passaportes à Justiça.

O advogado Luiz Fernando Vilasboas, que representa 12 apucaranenses presos em Brasília, prepara agora novos recursos para tentar a liberdade dos dois moradores de Apucarana que ainda permanecem na Papuda. 

Um desses apucaranenses foi preso em 8 de janeiro, no dia do protesto. Segundo o advogado, o homem sustenta que não estava em nenhum prédio, inclusive fora da Esplanada dos Ministérios. “Ele alega não ter participado dos atos (de depredação), apenas da manifestação pacífica”, afirma o advogado.

O outro apucaranense ainda preso está na mesma situação dos dez moradores da cidade já libertados pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele foi detido no dia 9 de janeiro em frente ao Quartel-General (QG) do Exército. “Estamos providenciando um novo recurso para uma análise mais apurada, visto que o quadro é o mesmo dos outros”, assinala Vilasboas, observando que são inquéritos diferentes para quem foi preso em 8 de janeiro, no dia do protesto, e 9 de janeiro, em frente ao QG.

PF prende pichadora do STF e suspeito de roubar bola de Neymar

Um dos alvos de mandado de prisão na 8ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira em vários estados, é uma mulher suspeita de pichar a estátua da Justiça, monumento que fica em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), com a frase “perdeu, mané”. A frase é uma referência à resposta que o ministro Luís Roberto Barroso deu a bolsonaristas após ser hostilizado em um aeroporto. A presa foi identificada como Débora Rodrigues dos Santos.

Outro investigado é Nelson Ribeiro Fonseca Junior, suspeito de levar, da Câmara dos Deputados, a bola assinada pelo jogador Neymar. Ambos foram presos. No total, estavam sendo cumpridos, nesta sexta-feira, 46 mandados de busca e apreensão e 32 de prisão preventiva no Distrito Federal e nos seguintes estados: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A oitava fase da Operação Lesa Pátria tem o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se ou fomentaram os fatos ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram a sede dos Três Poderes, causando caos generalizado na Esplanada dos Ministérios.

Os participantes dos atos golpistas são suspeitos de crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.