A prisão de Francisley Valdevino da Silva, conhecido como ‘Sheik dos Bitcoins’ na última quinta-feira (03), trouxe esperança aos mais de 80 moradores de Apucarana e região, vítimas de fraudes envolvendo uma das empresas de criptomoedas chefiada pelo empresário. Somado, o prejuízo total beira R$ 4 milhões. Ação coletiva movida na Justiça pede R$ 50 milhões para ressarcir vítimas do golpe.
Uma das vítimas, que mora em Arapongas, chegou a investir R$ 100 mil. A prisão trouxe a esperança de reaver a quantia perdida com correção. “Espero que a Justiça aja o mais rápido possível, antes que ele (Francisley) suma com o dinheiro, porque tem muito mais pessoas envolvidas em outros processos”, disse o empresário, que pediu para não ser identificado.
Um representante comercial de Apucarana, que também foi lesado, investiu aproximadamente R$ 17 mil, com a promessa de lucro certo, em meados de 2018. “Acreditei na ideia e fui me aprofundar sobre as criptomoedas. Quando eu já estava dentro percebi que não era legal, percebi que não era daquela forma”, comenta a vítima que também não quis se identificar.
As vítimas foram chamadas para investirem na empresa Forcount em uma criptomoeda chamada Dash. Inicialmente eles investiram valores pequenos e, no início, tiveram investimentos pagos.
Após ganhar a confiança dos investidores, o dono da empresa sequestrou as moedas e lançou uma nova no lugar, chamada Mindexcoin, que perdeu valor de mercado. Contudo, o dinheiro investido ficou na conta do golpista.
De acordo com o advogado Fernando Henrique Barbosa, especialista em crimes financeiros e responsável pelo caso envolvendo as vítimas da região, Francisley sempre contestou que era dono da Forcount, no entanto a defesa juntou provas de que ele é o proprietário. “Na própria investigação da Polícia Federal foram constatados fortes indícios de fraudes, o que afastaria a fraude interna declarada por ele”, comenta.
PRISÃO
Francisley Valdevino da Silva, foi preso durante operação da Polícia Federal (PF) na quinta-feira (3) em Curitiba. Conforme a polícia, a prisão preventiva foi decretada após Francisley descumprir medidas cautelares. A PF informou que, dias depois da deflagração da operação, o empresário passou a realizar encontros frequentes na casa dele, em Curitiba, com funcionários das empresas investigadas o que demonstrou que a “organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos”.
Uma outra fase da mesma operação, deflagrada no início de outubro, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito, onde foram apreendidos barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros, relógios de luxo e outros itens. O empresário ganhou notoriedade por apresentar um estilo de vida de alto padrão.