Há oito anos, o brasileiro ganhou um novo hábito nos últimos dias de dezembro, fazer uma fezinha na Mega-Sena da Virada. Este ano, como não poderia deixar de ser diferente, o prêmio de R$ 280 milhões, maior valor já pago na história das loterias, tem suscitado sonhos de adultos e até crianças, além de aumentar expressivamente o movimento de apostadores nas casas lotéricas. Em Apucarana, o gerente de um estabelecimento do gênero, Luiz Carlos Gasparotti, avalia que a Mega da Virada aumentou o número de apostas em 70%. “Até pessoas que não costumam jogar tradicionalmente, jogam”, afirma.
O mais comum, segundo ele, são as apostas simples. “Os bolões também têm mais saída neste período do ano”, revela. Gasparotti comenta que com a mudança ocorrida no início do ano em que cada apostador passou a ficar com um comprovante, que corresponde a sua cota no jogo, tornou a modalidade mais segura.
Já para o gerente de outra casa lotérica, Marcos Grando Marques, também de Apucarana, o prêmio da Mega-Sena da Virada tradicionalmente aumenta, no mínimo, em 50% o número de apostas. Para ele, um dos grandes atrativos é não acumular. “As pessoas parecem que confiam mais quando não acumula o prêmio”, diz. Se não houver um acertador de seis números, quem acertar cinco leva a bolada. Caso ainda ninguém acerte os cinco, o prêmio automaticamente vai para os acertadores da quadra, e assim sucessivamente.
A aposta simples, de seis números, custa R$ 3,50. Para este jogo a chance de ganhar é uma a cada 50 milhões. É claro, quanto mais números marcar, maior o valor da aposta e também a chance de faturar o prêmio. O máximo de números permitidos marcar são 15. Neste caso, o apostador tem que desembolsar R$ 17.517.50. A probabilidade de acertar a combinação dos seis números neste caso é de 10.003; a Quina 370, e a Quadra de 37.
A encarregada de uma fábrica de bonés Eva Maria Mazurok, 50 anos, e o sobrinho Pedro Henrique Mazurok Corona, 7, arriscaram a sorte na aposta simples mesmo. O garotinho, que apostou sozinho pela primeira vez, caso faça jus a “sorte de principiante”, já sabe o que vai fazer com uma parte do dinheiro. “Quero comprar uma casa com piscina para morar com os meus pais e com minha tia. Também quero um smartphone, para jogar”, revela.
Já a tia também não sonha muito diferente do sobrinho. “Quero comprar uma casa bem boa e viajar bastante pelo Brasil”, conta. Um dos destinos sonhados pela apucaranense é o arquipélago de Fernando de Noronha, no Pernambuco.
Já o aposentado Valdir Galbi, 62, também arriscou na aposta simples, mas se for o felizardo entre os 50 milhões, pretende realizar muitos sonhos. “Quero comprar um apartamentão, viajar bastante e ter uma fazenda”, planeja.
O sonho de ter uma fazenda também faz parte dos planos de outro apostador, o aposentado Nivaldo Gardelin, 68. Como passaporte para a nova vida, três apostas simples na Mega da Virada.