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Apucaranenses apostam em superstições para começar o ano com o “pé direito”

Fernanda Neme

| Edição de 30 de dezembro de 2022 | Atualizado em 30 de dezembro de 2022
A designer de Moda, Mariana Abe, aposta em roupas novas e cores para atrair 'coisas boas' para o novo ano
A designer de Moda, Mariana Abe, aposta em roupas novas e cores para atrair 'coisas boas' para o novo ano

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Algumas superstições e tradições fazem parte do Réveillon. O objetivo é buscar vibrações positivas para que o ano que chega traga amor, sorte, paz e dinheiro. Por isso, é muito difícil encontrar uma família em que ninguém esteja usando roupas brancas ou fazendo algum ritual de Ano Novo neste 31 de dezembro para chegar com o “pé direito” em 2023. O mesmo vale para as praias, nas quais sempre há pessoas pulando sete ondinhas quando o relógio marca meia-noite. 

O costume da designer de Moda, Mariana Abe, 21 anos, é escolher uma cor e usar roupas novas todo final de ano. Neste 31 de dezembro, o tom escolhido foi azul, que para a apucaranense, deve atrair saúde e prosperidade. “Este ano que chega ao fim foi muito bom para mim. Por isso, espero que 2023 siga o mesmo ritmo. A cor azul é para que traga bastante saúde para minha família. É isso que importa depois de tantos sustos que levamos nos últimos anos”, comenta. 

Quem também segue as tradições de final de ano é a fisioterapeuta Heloiza Miquelão Massambani, de Apucarana. Quando está na praia, ela tem o costume de pular as sete ondas com a família. Ela também sempre guarda as sementes de sete uvas, além de comer sete lentilhas durante a ceia. “É um costume de família que gosto de seguir. Quero muita sorte e saúde para 2023”, observa. 

A empresária apucaranense Renata Kogure também segue há anos as tradições de final de ano. “Sempre como lentilha em cima da cadeira ou da mesa. Tem até foto da gente em cima da cadeira comendo lentilha. Além disso, guardo as sete sementes de romã na carteira para atrair dinheiro”, conta. 

TRADIÇÕES 

Usar branco é uma tradição herdada de religiões de matriz africana e afro-brasileira, tais como o candomblé e a umbanda, que acabaram se popularizando no Brasil. O branco representa a promoção da paz.

Já o consumo de lentilha é um hábito comum em muitos países para garantir fartura e prosperidade. A origem desta superstição é italiana e foi trazida ao Brasil pelos imigrantes. O hábito de comer bacalhau, por sua vez, chegou ao Brasil com os portugueses na época do descobrimento. Na ceia, o peixe é uma alternativa ao consumo de aves (frango e peru) que, como reza a lenda, por ciscarem para trás, remetem a um “atraso de vida”.

A romã foi levada pelos fenícios ao Mediterrâneo, de onde se difundiu para as Américas e acabou chegando ao Brasil. A tradição de comer a fruta no Réveillon veio da Grécia. Lá, eles jogam a romã no chão para quebrá-la e dividi-la entre todos. Pelo catolicismo, em 6 de janeiro, Dia de Reis, é costume comer e guardar algumas sementes na carteira para atrair sorte e riqueza ao longo do ano. Essa tradição remete às cerimônias e cultos da antiga civilização romana, que via na fruta um símbolo de ordem, riqueza e fecundidade.