Hoje, o Paraná finaliza o ano epidemiológico 2017/2018 da dengue. Ainda que o relatório da última semana ainda não tenha sido divulgado, o volume de caso confirmados já é 14 vezes superior ao do ano epidemiológico anterior na região, passando de 11 para 155 registros. Apesar do crescimento, o número é distante dos mais de 2,2 mil registros de 2014/2015. O que preocupa a Saúde da região é o índice de infestação do Aedes Aegypti, muito acima do aceitável na maioria dos municípios.
Desde 2010, os casos de dengue são notificados dentro do chamado “ano epidemiológico”, com início no dia 1º de agosto e término no dia 31 de julho do ano seguinte. O período com maior número de casos na região do Vale do Ivaí mais Arapongas foi em 2014/2015, com 2.231 casos.

Já 2016/2017 foi o que registrou menor número: 11. Isto explica o aumento de 14 vezes no número de casos neste ano epidemiológico prestes a se encerrar. Ainda mais pelo fato de que 133 casos, ou 85,8% do total, foram registrados apenas em São João do Ivaí, a única cidade da região que entrou em epidemia neste ano.
O segundo município com mais casos registrados foi Apucarana, com oito, seguido por São Pedro do Ivaí, com quatro, e Ivaiporã, com três. “Foram poucos os casos na região neste ano epidemiológico. Os resultados ficaram em um patamar satisfatório”, afirma Marcos Costa, chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 16ª Regional de Saúde (RS), com sede em Apucarana e que abrange outros 16 municípios.
A preocupação das unidades de Saúde da região é com o futuro. “Os índices de infestação do mosquito Aedes Aegypti têm nos deixado em situação de alerta. Por mais que tenhamos uma situação de poucos casos da doença, a qualquer momento isto pode mudar, pois os vetores que propagam a doença estão presentes”, diz.
Das 17 cidades da 16ª RS, apenas Novo Itacolomi tem índice de infestação abaixo de 1%, considerado satisfatório pelas Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, do Ministério da Saúde. De acordo com o último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), o índice de infestação do município é de 0,9% das residências da cidade.
Dez cidades têm índices entre 1% e 3,99%, situação tida como de alerta. Por sua vez, as cidades de Apucarana, Arapongas, Califórnia, Cambira, Marilândia do Sul e Rio Bom têm percentuais acima de 4%, o que é considerado situação de risco. A reportagem não obteve os dados dos municípios que compõem a 22ª RS, com sede em Ivaiporã.
“A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, garrafas, caixas d´água, entre outros. Proprietários de terrenos baldios também devem ficar atentos”, ressalta Marcos.