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Dengue: afastamentos de funcionários atrasam pedidos e prejudicam indústria

Da Redação

| Edição de 12 de março de 2024 | Atualizado em 12 de março de 2024
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A crise sanitária causada pela dengue em Apucarana é também um desafio de ordem econômica. Os afastamentos ocasionados pela doença atingem todos os setores. Somente na indústria de confecções – setor que mais emprega no município -, 90% das empresas tiveram algum empregado com dengue com atestado médico no último mês, sendo que 80% registraram um número significativo de casos da doença, levando a baixas repentinas na equipe, queda na produção e atraso nos pedidos. Os dados são do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale). 

Conforme a presidente do sindicato, Elizabete Ardigo, os afastamentos prejudicam ainda mais o setor que há tempos lida com o apagão na mão de obra qualificada e o desafio de preencher vagas de emprego. “Estamos passando por uma grande dificuldade. A dengue está afetando muito. São muitos colaboradores com atestado e como temos dificuldade em contratar, sempre trabalhando com quadro reduzido, estes afastamentos nos prejudicam ainda mais”, reitera Ardigo. 

Na fábrica de bonés de Adeli Garcia Junior, a dengue afastou 25 funcionários de suas funções somente no mês de fevereiro. O número corresponde a 10% dos 236 trabalhadores da empresa e representa mais de 1 mil horas de atestado médico. 

“A situação é muito difícil, foram muitos funcionários com dengue o que fez nossa produção e faturamento diminuírem”, afirma o diretor Adeli Garcia Junior. 

De acordo com ele, a fábrica investiu em ações preventivas como a disponibilização de repelentes e inseticidas para os funcionários, além da solicitação da limpeza dos terrenos nas imediações. “Tomamos essa medida, mas sabemos que muitas pessoas foram infectadas nos bairros onde moram, o que requer mais conscientização de toda a população da cidade para combater a dengue”, afirma. 

Outros setores também têm sofrido com as consequências impostas pela doença. A presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Apucarana (Sivana) Aída Assunção, afirma que o problema afeta todos os setores. 

“Na minha loja mesmo, minha gerente ficou cinco dias de atestado na semana passada. De uma forma geral tem afetado o comércio e a indústria. E sabemos que a recuperação da dengue é demorada. Quando falta um funcionário cria uma lacuna e sobrecarrega os demais. Nesse momento, o empresário tem que se virar com essa situação”, comenta a empresária. 

Informe epidemiológico divulgado ontem mostra que os casos da doença continuam avançando em Apucarana. O município registrou, em uma semana, quase 1,4 mil casos de dengue totalizando 11.793 registros, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde. O município também soma seis mortes.