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Empresário Nilson Alves Ribeiro morre aos 72 anos

Da Redação

| Edição de 17 de junho de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Morreu no final da tarde de anteontem, aos 72 anos, na Itália, vítima de problemas cardíacos o empresário apucaranense Nilson Alves Ribeiro. Radicado na Europa há cerca de 20 anos, onde tinha negócios relacionados à importação e exportação de carne, Ribeiro foi um grande empreendedor do desenvolvimento de Apucarana, município onde fundou um grande número de empresas.
O empresário, - que era genro de Umberto Sacchelli e deixa viúva Maria Cristina Sacchelli Ribeiro e os filhos José Nilson Sacchelli Ribeiro e Nilson Umberto Sacchelli Ribeiro, -  sofreu um enfarte há cerca de 15 dias, chegou a fazer uma cirurgia, mas complicações em seu quadro de saúde o levaram a uma nova internação em um hospital em Treviso, onde faleceu no final da tarde de segunda-feira (horário italiano). 
Segundo o filho Nilson Umberto Sacchelli Ribeiro, o empresário se recuperava de um infarto. “A cirurgia após o infarto foi bem-sucedida. Ele teria que fazer um transplante, mas nos últimos dias o quadro se complicou. Eu e meu irmão José Nilson Sacchelli Ribeiro, e toda a família, estamos muito consternados”, comenta Nilson Umberto, que permanece no Brasil junto do irmão José Nilson. A mãe, Maria Cristina, está na Itália.
“Eu e irmão não fomos por questões profissionais e também por causa de toda a situação do coronavírus. A União Europeia não está aceitando pessoas que chegam do Brasil. Meu pai será cremado na Itália e assim que a gente conseguir, vamos trazer os restos mortais dele para cá”, comenta.
Segundo o empresário, seu pai amava a Itália, assim como amava o Brasil, o Paraná e Apucarana. “Não esperávamos isso que aconteceu com ele, mas vamos ficar com um legado, já que ele me ensinou a ser o empresário que sou. Falo isso por mim e pelo meu irmão. Ele nos ensinou a ter disciplina e determinação, além de nos ensinar a fazer bem feito e com excelência”, afirma. 
“Além disso, ele foi um excelente pai, uma pessoa que brincava muito com a gente. Ele era um homem muito fervoroso, temente a Deus, tenho certeza de que será bem acolhido. É um momento muito difícil para todos nós”, diz Nilson Umberto  em nome também do irmão gêmeo José Nilson Sacchelli Ribeiro, ambos empresários. 
O empresário Umberto Cilião Sacchelli comenta que falou com cunhado pela última vez no dia 24 de maio, no aniversário de Nilson Alves Ribeiro. Umberto lembra que os dois trabalharam juntos no fim dos anos setenta no antigo frigorífico Frigosanto em Apucarana. “Ele era mais experiente que eu e pude ter grande aprendizado para a vida. É uma grande perda para todos... Nilson tinha ainda muitos sonhos e estava sozinho na Itália por causa das dificuldades de viagem de familiares do Brasil para visitá-lo, devido as fronteiras impostas pelo Covid 19”, diz.

COMUNICAÇÃO 
E POLÍTICA

Na área de comunicação, Nilson participou como acionista de vários veículos, entre os quais a Rádio Nova AM e empresas que pertencem ou pertenceram ao Grupo Tribuna, como os jornais Tribuna do Norte, Diário dos Campos, Jornal da Manhã, estes dois últimos de Ponta Grossa, rádios CBN, também de Ponta Grossa, Tribuna FM e Grafinorte. Nilson deixou o Grupo Tribuna em 2011.
A Família Sacchelli, do qual Nilson fazia parte, foi proprietária do jornal Tribuna da Cidade, extinto em 1992 quando fez a fusão com o Jornal do Norte.
Superintendente do Grupo Tribuna, o empresário Baltazar Eustáquio de Oliveira destaca a visão de Nilson Alves Ribeiro. “Eu o conhecia há mais de 40 anos e convivemos muitos anos como sócios em várias empresas. Nilson sempre teve uma visão futurista, um grande empreendedor e de fino trato. Nossa sociedade começou em 1992, com a fusão dos jornais Tribuna da Cidade e Jornal do Norte, da qual incluía ainda os empresários Umberto Sacchelli Filho, Clideonor Moraes e Ricardo Seixas Amaral. Foi uma convivência harmoniosa e de muito aprendizado. Ele deixou a sociedade em 2011 para cuidar de seus outros negócios em Apucarana e na Itália, para onde se mudara. Mesmo assim sempre que vinha a Apucarana fazia questão de visitar a Tribuna para falar principalmente de política, uma de suas paixões, além do empreendedorismo. Tanto é verdade que quase saiu candidato a prefeito em 1996, quando um grupo de empresários e o próprio prefeito da época Valter Pegorer se dispuseram a apoiá-lo, mas naquele momento os negócios falaram mais alto e ele abdicou da candidatura. Teria sido um grande prefeito”, comenta.

TRABALHO DURO DESDE 
A INFÂNCIA

Personalidade bastante conhecida em toda região, o empresário Nilson Alves Ribeiro era proprietário de várias empresas em Apucarana, como frigorífico, loteamento, transportadora, curtume, distribuidora de alimentos, entre outros empreendimentos. 

Nilson Alves Ribeiro foi ainda um dos fundadores da Sociedade Rural de Apucarana, cujo Parque de Exposições leva seu nome, em homenagem. Filantropo, ele também foi um dos mantenedores do Lar Josa Ribeiro, instituição que leva o nome de seu pai.
Nascido em São Gotardo, Minas Gerais, Nilson Alves Ribeiro se radicou em Apucarana no final da década de 1960, com a família. O também empresário 
Gilson Ribeiro fez questão de lembrar a característica trabalhadora do irmão Nilson. “Perdemos o nosso pai muito cedo. Ele tinha 11 anos. Aos 12, começou a trabalhar e nunca mais parou. Ele era um indutor do desenvolvimento, ajudando Apucarana a crescer, criando muitos empregos. Nilson era um verdadeiro construtor de empresas, com sucesso em diversas áreas. Trabalhou na agricultura e pecuária, teve frigorífico, curtume, jornal e atuou até na área de mineração. Mesmo na Itália ele abriu um frigorífico”, conta.
O irmão destaca ainda o legado nas obras sociais. “Ele tinha uma grande preocupação em proteger os mais necessitados, fazendo questão de ajudar a todo tipo de entidades filantrópicas”. Ele ressaltou ainda a criação de uma creche em Apucarana, com capacidade para 100 crianças – a creche Josa Ribeiro, cujo prédio foi adquirido pela prefeitura -, e duas casas-lar, para 120 crianças cada uma. Junto aos irmãos, ele criou também o Lar Josa Ribeiro, que leva o nome do pai, na cidade natal, em Minas Gerais. Nilson deixa também os irmãos Gelsa, Nilsa, Nivea e Hudson, além dos falecidos Adilson e Adelson.

A morte do empresário causou grande comoção nos meios políticos e empresariais de Apucarana. O prefeito Junior da Femac, que no final da manhã decretou luto oficial pela morte de Nilson Alves Ribeiro, destacou as qualidades empreendedoras do empresário. “O empresário foi um dos fundadores da Sociedade Rural, teve um papel fundamental no período de construção e também foi o primeiro presidente da entidade, sendo que o Parque de Exposições leva, como uma justa homenagem, o seu nome. Ele era uma pessoa que quando falava de Apucarana, seus olhos brilhavam”, lembra o prefeito.
O secretário Estadual de Saúde do Paraná e ex-prefeito de Apucarana, médico Beto Preto destaca que o empresário tinha uma visão futurista para a cidade e a região Norte do estado. Beto lembra de uma reunião ocorrida em 2013, na prefeitura, entre o município e uma concessionária, quando o empresário mostrou-se entusiasmado com a possibilidade da construção do Contorno Leste. “Ele tinha uma relação de amor com a cidade”, ressalta o ex-prefeito de Apucarana.

A morte do empresário causou grande comoção nos meios políticos e empresariais de Apucarana. O prefeito Junior da Femac, que no final da manhã decretou luto oficial pela morte de Nilson Alves Ribeiro, destacou as qualidades empreendedoras do empresário. “O empresário foi um dos fundadores da Sociedade Rural, teve um papel fundamental no período de construção e também foi o primeiro presidente da entidade, sendo que o Parque de Exposições leva, como uma justa homenagem, o seu nome. Ele era uma pessoa que quando falava de Apucarana, seus olhos brilhavam”, lembra o prefeito.
O secretário Estadual de Saúde do Paraná e ex-prefeito de Apucarana, médico Beto Preto destaca que o empresário tinha uma visão futurista para a cidade e a região Norte do estado. Beto lembra de uma reunião ocorrida em 2013, na prefeitura, entre o município e uma concessionária, quando o empresário mostrou-se entusiasmado com a possibilidade da construção do Contorno Leste. “Ele tinha uma relação de amor com a cidade”, ressalta o ex-prefeito de Apucarana.