A justiça condenou Silvania Regina Ribeiro, mulher que se passou por enfermeira, a 16 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de infração de medida sanitária preventiva, exercício ilegal da profissão e peculato. Ela foi acusada pelo desvio de vacinas contra a Covid-19 na primeira etapa da campanha de vacinação contra a covid-19, em Apucarana.
Segundo investigação da Polícia Civil, os dois frascos de imunizantes foram desviados em maio de 2021, quatro meses após o início da vacinação. Na época, Silvania Regina Ribeiro, que tinha 46 anos, confessou que havia desviado as vacinas para aplicação de primeira e segunda doses em uma família que mora em Mandaguari. Ela trabalhou como voluntária na campanha de vacinação contra Covid-19, após se apresentar como enfermeira, até ser afastada após ser alvo das denúncias.
No total, dezessete pessoas – incluindo beneficiadas pelas doses desviadas - foram investigadas por possível envolvimento em casos de “fura-fila” da vacinação foram denunciadas pelo Ministério Público. Dessas, 16 aceitaram acordo de não persecução penal proposto pelo MP. A não persecução penal, prevista pela Justiça, oportuniza penalidades mais leves, como prestação de serviços e pagamento de multa. No caso de Silvania, por conta dos crimes e do potencial de pena, era vedada a possibilidade de persecução.
Silvania chegou a ser presa em flagrante, teve prisão convertida em preventiva, e foi liberada após cinco meses. Ela pode recorrer da sentença em liberdade.
O crime ganhou grande repercussão nacional – na época as remessas de vacinas ainda eram escassas - e foi também alvo de investigação de uma comissão especial criada na Assembleia Legislativa do Paraná para apurar irregularidades na ordem de vacinação. Um grupo de parlamentares veio à Apucarana em maio de 2021 para ouvir Silvania, que na época estava presa.