A falta de chuvas já afeta o abastecimento de água em pelo menos quatro cidades da região. A situação mais grave é a de Jandaia do Sul, onde a condição do rio que abastece a cidade é tão crítica que a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) cogita iniciar um racionamento a partir deste final de semana. Enquanto trabalha para reduzir os impactos da estiagem, a empresa pede que a água seja utilizada de maneira racional.
Jandaia do Sul é abastecida pelo rio Marumbizinho, que perdeu cerca de 70% do volume de água nas últimas semanas, afirma o gerente regional da Sanepar, Luiz Carlos Jacovassi. “A captação ainda está sendo feita, mas o volume tem sido o mínimo possível. Mesmo os poços artesianos da cidade estão com vazão baixa. Caso a situação se mantenha, acreditamos que um racionamento pode ser implementado na cidade até o final de semana, que é o período geralmente com maior consumo”.
Segundo ele, a implantação do racionamento depende dos próprios habitantes. “Se o consumo continuar alto, não há outra solução. Por isso, pedimos que a população utilize água de forma racional”, destaca. O gerente aponta que o uso atual de água em Jandaia do Sul tem superado os meses de verão. O consumo diário total da cidade aumentou de 4.452 m³, em média, para picos de 5.501 m³, mesmo com os dias mais frios”, diz.
Jacovassi lembra que, por ser um rio utilizado para o abastecimento de uma cidade, a prioridade do Marumbizinho é a captação feita pela Sanepar. Sendo assim, qualquer represa encontrada no rio poderá ser desfeita para que o rio retorne ao volume normal. “Estamos com uma equipe técnica percorrendo o rio para tentar identificar se há, em algum lugar, uma obstrução da vazão. A prioridade, prevista em lei, é pela coletividade”, explica.
Em Lunardelli, a falta d’água no córrego Barreiro, que é o manancial que abastece a cidade, fez com que a Sanepar mobilizasse caminhões-pipa para o município. Os veículos estão trabalhando para complementar o reservatório central da cidade desde anteontem.
Em São João do Ivaí, a Sanepar conseguiu operacionalizar o poço Guarani de forma emergencial, para suprir a queda de volume do rio Água do Macaco, que abastece a cidade. A vazão do poço, que ainda não havia sido inaugurado, é de aproximadamente 115 m³ por hora. A captação no rio é de 90 m³ por hora, em média.
O córrego Água do Milton, que abastece Godoy Moreira, também está abaixo do normal, preocupando a Sanepar. A empresa acompanha a situação e já estuda medidas para fazer com que não falte água no município.
ESTIAGEM
Não chove há 36 dias na região, de acordo com o Instituto Simepar. A última vez que houve chuvas significativas no Vale do Ivaí foi no dia 12 de junho: 23 milímetros. O acumulado de chuvas ao longo de junho deste ano foi de 41 milímetros, 52% a menos do que a média histórica para o mês, que é de 86 milímetros. Em julho, a média histórica para a região é de 91 milímetros, mas até agora não houve registro de chuva.