O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta a estação de Apucarana como o maior entroncamento ferroviário do norte do Paraná. Localizada em posição estratégica, a estação é tida como uma das mais importantes do estado, do ponto de vista logístico. Encontro de três dos principais ramais ferroviários paranaenses, o local movimentou um total de 29 milhões de toneladas ao longo de 2017.
Apucarana é considerada como um dos marcos referenciais das ferrovias no norte do Paraná pela companhia que administra o serviço, a Rumo Logística. Uma das três rotas que cortam o município vem do oeste do estado, com trilhos que partem de Cianorte e passam por Sarandi. Outra liga o Paraná a São Paulo, cruzando a fronteira dos dois estados no município paulista de Ourinhos, passando por Londrina e Rolândia.
A terceira rota representa o principal trajeto para o corredor de exportação do estado. Ela liga a região norte do estado ao porto de Paranaguá, passando por cidades como Ponta Grossa e Curitiba. Em maio de 2018, esta ferrovia registrou o maior volume já transportado desde janeiro de 2011: mais de 1 milhão de toneladas.
“O município apucaranense possui um dos principais entroncamentos ferroviários do Paraná. É uma área estratégica para funcionalidade da operação e deslocamento das frotas, otimizando os fluxos diários de cargas transportadas provenientes das regiões de Londrina e Maringá, bem como do estado de São Paulo”, explica José Rivaldo Parro, gerente de tração da companhia.

Parro fala com propriedade sobre a estação. Apucaranense, ele começou a trabalhar no local em 1998, como operador de produção. Ao longo dos anos, ele passou por várias mudanças, desde a empresa que administra a linha férrea da região, até alterações nos serviços prestados em Apucarana. As evoluções também ocorreram na própria carreira de Parro.
“Comecei de baixo, da base. Já manobrei composições, fui maquinista, mas consegui crescer. Estudei dentro da própria companhia. Fui para São Paulo, Curitiba, cheguei a ser supervisor, especialista e, hoje, gerencio o trabalho de todos os maquinistas no Paraná e Santa Catarina”, afirma.
Só na estação de Apucarana, estão lotados aproximadamente 90 maquinistas. No total, trabalham no local cerca de 400 pessoas, sendo metade da própria companhia e o restante, terceirizados. “Acredito que minha história pode servir de incentivo aos que estão entrando na companhia. As oportunidades de crescimento dentro da empresa podem alavancar a carreira dos trabalhadores, através de esforço e trabalho”, diz ele.
Prefeitura quer criar incubadora para empresas no local
De acordo com o IBGE, a estação de Apucarana foi a última a ser construída pelos engenheiros ingleses da Estação Ferroviária São Paulo-Paraná, incumbida de implantar linhas férreas nos dois estados. A inauguração aconteceu no dia 1º de novembro de 1942 e, mesmo após 75 anos, é uma das únicas estações que mantém a arquitetura original da primeira metade do século passado.
Em 2009, o prédio passou a se chamar oficialmente Estação Ferroviária Nadir Glade, em homenagem a um funcionário da antiga Rede Ferroviária Federal S. A. (RFFSA). Atualmente, o prédio principal é utilizado pela administração da Rumo Logística. Já um segundo prédio, de 3 mil m², foi adquirido junto ao Governo do Estado pela Prefeitura de Apucarana e deve se tornar, em breve, o chamado ‘Polo das Facções’.
O investimento total deverá ser de R$ 1,5 milhão. “Este local irá abrigar, inicialmente, 25 facções de fundo de quintal, que virão para o barracão já formalizadas. Queremos dar oportunidades para estas pequenas empresas crescerem”, diz o prefeito Beto Preto (PSD).
Investimento em tecnologia
A maior parte dos 29 milhões de toneladas que passaram pela estação de Apucarana em 2017 é composta por grãos, como soja, milho e trigo, combustíveis, óleo vegetal, celulose, fertilizantes e cimento, entre outros produtos. Parte dos resultados expressivos na movimentação de cargas nos últimos anos é resultado do investimento em tecnologia. Em Apucarana, circulam desde 2016 novas locomotivas que reduziram o tempo de transporte até o Porto de Paranaguá em 8,3%.
Paralelamente, as paradas causadas por mau funcionamento caíram 84,10%. A capacidade de transporte destas novas máquinas é 46% maior do que o modelo utilizado anteriormente. Os trens operados na região têm de 100 a 120 vagões e duas locomotivas. Anteriormente, eram necessárias de três a quatro locomotivas.
A Rumo destaca ainda que as melhorias na via permanente e na renovação da frota resultaram em uma redução de 45% no número de acidentes operacionais, como descarrilamentos.
Desde que assumiu as operações em abril de 2015, a Rumo já investiu mais de R$ 2 bilhões nos estados da região sul do país. Os recursos incluem a aquisição de 46 novas locomotivas e 378 vagões. Atualmente, as frotas da região contam com mais de 20 mil vagões. No Paraná, foram revitalizados mais de 600 quilômetros de via permanente desde 2015.